Base Nacional Comum Curricular é debatida em evento promovido pelo Departamento de Letras da UEPB

8 de agosto de 2018

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A Paraíba já está preparando a primeira versão do novo currículo que vai para a consulta pública e, posteriormente, compor a Base Nacional Comum Curricular. A informação foi repassada pela professora Milene Bazarim, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ao abrir o ciclo de debates sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), promovido pela Residência Pedagógica e pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) em Letras/Português da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

O evento aconteceu no Auditório III da Central de Integração Acadêmica, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande, e reuniu estudantes, professores e supervisores das escolas que foram contempladas nos programas Pibid e Residência Pedagógica. Com a palestra “Discutindo sobre a BNCC: um olhar para a proposta da Paraíba”, a professora Milene Bazarim destacou que a Base não se trata de um currículo, mas de um documento construído de forma coletiva, que define as aprendizagens essenciais que todos os alunos do Brasil tem direito. Nesse momento, segundo ela, os pedagogos estão vivenciado a fase de elaboração dos currículos.

Com autoridade de quem participou da elaboração do documento, professora Milene ressaltou que o novo texto traz algumas exigências e enfatizou que nenhum currículo do Brasil pode ser feito sem considerar as propostas contidas na Base. Ela observou que a BNCC foi construída com o objetivo de traçar normas e diretrizes no ensino e já estava prevista desde a Constituição de 1988.

No entanto, o país não estava órfão de referência curricular. O documento não é o primeiro a versar sobre o tema. Os mais recentes foram os Parâmetros Nacionais Curriculares que, de acordo com a educadora, não foram regulamentados e não tiveram o poder de lei conferido à Base. “No entanto, os PCNs eram documentos mais complexos e mais completos que a Base. A BNCC trabalha somente com a aprendizagem que deve ser consolidada pelos alunos. Ela não tem a força de currículo, porém foi construída como resultado de um trabalho colaborativo, foi aprovada e tem o valor de lei, o que os PCNs não tinham”, frisou Milene.

A docente destacou ainda que o documento tentou neutralizar algumas discussões que são mais polêmicas, como a diversidade de gênero, a obrigatoriedade de uma língua estrangeira e o ensino religioso. Todas essas questões, segundo ela, agora vão ser enfrentadas pelos currículos dos estados, de acordo com cada realidade. “Na Paraíba, nós não nos eximimos dessa discussão, inclusive ganhou um colaborador na área do ensino religioso. Em relação aos idiomas, o currículo vai apresentar pelo menos uma língua estrangeira desde o 1º ano, não que haja a obrigatoriedade de implantar”, explicou.

Milene Bazarim ressaltou também que o documento apontou para a diversidade, sujeito a modificações para atender todos os segmentos e não ofuscar os temas polêmicos. Obrigatoriamente, os estados e municípios precisam fazer uma leitura da BNCC e fazer as adequações a cada realidade e necessidades regionais sem mexer na essência do texto. No entanto, segundo ela, todo o processo de ensino/aprendizagem vai ser norteado por essas aprendizagens que estão elencadas na Base.

A palestra se inseriu como uma das etapas do curso de formação para os alunos e professores supervisores das escolas que foram contempladas nos programas Pibid e Residência Pedagógica. Coordena o Pibid Letras/Português da UEPB, a professora Iara Francisca Araújo Cavalcanti. Já a Residência Pedagógica Letras/Português tem como coordenadora a professora Tatiana Fernandes Sant’ana.

Texto: Severino Lopes
Fotos: J. Cesar

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