Ditadura Militar é tema de livro escrito por professor de História da Universidade Estadual da Paraíba

21 de março de 2016

Lançamento do livro de Gilbergues Santos

Foi lançado no último sábado (19), na Livraria Nobel, em Campina Grande, o livro “Heróis de uma Revolução Anunciada ou Aventureiros de um Tempo Perdido? – A atuação das organizações de esquerda em Campina Grande 1968/1972”, do professor de História da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Gilbergues Santos. Esta é a primeira obra do historiador que teve como um dos propósitos identificar os verdadeiros ideais dos homens que lutaram contra a Ditadura em Campina Grande.

O lançamento oficial do livro contou com a presença do reitor Rangel Junior e de vários outros professores da Instituição. A obra foi publicada pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) e já se encontra disponível para aquisição na Livraria da Universidade. “Este é meu primeiro livro, fruto das pesquisas que desenvolvo desde 1997, sobre o comportamento político das organizações de esquerda que lutaram contra a Ditadura Militar e a relação delas com a democracia politica”, disse Gilbergues.

Confira um trecho da obra:

“Costuma-se dizer que a ‘direita’ brasileira sempre foi conservadora e autoritária e que nunca se preocupou em ter uma prática política democrática. Isso é bem verdade, à medida que ela esteve a frente de quase todos os movimentos que redundaram na quebra da legalidade constitucional da história brasileira. Digo quase todos os movimentos porque, ao analisar a história política do Brasil no século XX, vejo que, não só a ‘direita’, mas também a “esquerda” estiveram envolvidas em vários acontecimentos pautados por atitudes autoritárias e antidemocráticas.

(…) Ao contrário do que muitos pensam, não foi só a direita que organizou golpes, assaltos ao poder e ‘revoluções’ armadas. A esquerda também o fazia, só que com objetivos e interesses diferentes. Enquanto a esquerda golpeava as instituições para impulsionar mudanças, a direita o fazia para impedi-las como, por exemplo, em Março de 1964. Muitas vezes, a esquerda não teve como um de seus objetivos centrais a consolidação da democracia política. A luta por melhorias de vida no campo social e econômico sempre foi o centro das atenções. É preciso atentar para o fato de que, em muitos momentos, por defender reformas em prol da sociedade, a esquerda aceitou quebrar a legalidade constitucional através de movimentos armados ou golpes de força, mesmo sabendo que, dependendo dos resultados, poderia ser duramente reprimida”.

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