1º Encontro Norte/Nordeste de Coordenadores de Português como Língua Estrangeira é sediado na UEPB
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) está sediando, na Central de Integração Acadêmica, Câmpus de Campina Grande, o 1o Encontro Norte/Nordeste de Coordenadores de Português como Língua Estrangeira, evento que reúne representantes dos Núcleos de Línguas (NucLi) de universidades públicas e Institutos Federais destas duas regiões. Durante os dois dias de atividades, os participantes estão envolvidos com palestras, mesas redondas, apresentações de trabalhos e relatos de experiências.
Para abrir o evento, nesta segunda (29), e mostrar um pouco da cultura local, o Grupo Acauã da Serra, integrante do Núcleo de Cultura da UEPB, fez uma animada apresentação de ritmos nordestinos, no hall da Central de Integração Acadêmica. Em seguida, foi composta a mesa de abertura pelos professores Cláudio Lucena, coordenador de Relações Internacionais da UEPB; Viviane Bagio Furtoso, vice-presidente do Idioma sem Fronteiras (IsF/Português) no Brasil; Mariana Perez, coordenadora do IsF da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); e Karyne Soares Duarte da Silveira, docente do Departamento de Letras da UEPB e responsável por trazer o IsF para a Instituição.
A UEPB faz parte do IsF desde 2014, inicialmente como centro aplicador de testes do TOEFL (exame de proficiência e nivelamento de língua inglesa). Hoje, a Universidade está cadastrada no IsF como Núcleo de Línguas, ofertando cursos de Inglês, Espanhol e Português como língua estrangeira para alunos que vêm do exterior. Até agora, já foram registrados 51 alunos de graduação e de pós-graduação oriundos do Timor Leste, além de dois franceses, uma argelina e um árabe.
A professora Marta Furtado da Costa, coordenadora do Núcleo de Línguas da UEPB, lembrou o caráter humanitário que o setor também agrega. “Hoje, temos turmas específicas para refugiados, sobretudo da Venezuela, em um grupo que vem sendo atendido pela Arquidiocese de Campina Grande”, explicou. “Dessa maneira, a UEPB vai além dos fins acadêmicos, alcançando também fins sociais”, acrescentou a docente.
Para Karyne Soares, “as ações do Núcleo são tão intensas, pela demanda, cronograma rigoroso e atividades, que há a sensação de estarmos funcionando há muito mais tempo do que estamos efetivamente”. Ela adiantou que o propósito é que ainda este ano ocorra uma expansão na formação, incluindo alunos da graduação de Letras/Português para serem professores do curso para estrangeiros.
Ambas consideram um privilégio sediar um evento como este na UEPB. “O objetivo é partilhar saberes, uma característica fundamental do programa, e percebemos que fazemos parte de um grande grupo em prol da internacionalização e de uma melhor capacitação docente”, frisou Karyne.
Brasil como destino para aprendizado de Português
Concentrada no atendimento aos estrangeiros que desejam aprender o Português como língua estrangeira, a vice-presidente do IsF/Português no Brasil, Viviane Bagio, afirma que esta não é uma área nova, mas que ultimamente ela tem crescido bastante e vem suprindo a demanda no atendimento aos estrangeiros, seja os que vêm para o Brasil ou os que permanecem no exterior.
“O Brasil tem sido procurado pelos estrangeiros que vêm às nossas universidades por diversos fatores, seja pelo Português ser nossa língua de instrução ou pela visibilidade do país, nossa cultura, clima, entre outros fatores”, destacou Viviane, alertando que apesar de o Brasil ser uma tendência em destinos, os intercâmbios ainda dependem das parcerias e acordos firmados entre as universidades.
Além disso, ela diz que o investimento em internacionalização ainda é muito tímido e que o Brasil reconhece pouco a importância de investimento na Língua Portuguesa como uma politica linguística, o que dificulta a inserção do Brasil nos outros países. “Agora estamos tentando iniciar um trabalho prévio, através de cursos on-line, com duração de 3 a 4 meses, voltados aos estrangeiros que desejam aprender nossa língua”, explica. Para ela, tal iniciativa aprimoraria as aulas presenciais e facilitaria a adaptação no processo de aprendizado.
Mariana Perez, coordenadora do IsF na UFPB, informou que dentro do programa há uma ação específica, o “Letras sem Fronteiras” (LsF), cujo objetivo é fortalecer as licenciaturas em línguas estrangeiras e também o Português como segunda língua. “O LsF foi um programa piloto que aconteceu entre 2017 e 2018 para que pudéssemos enviar alunos de Letras aos Estados Unidos e, em contrapartida, para que os de lá viessem ao Brasil. Diferentemente do “Ciências sem Fronteiras”, focados em alunos das áreas de Ciências e Tecnologia, o LsF prevê a mobilidade e intercâmbio de alunos de Humanas que estão estudando para serem professores de Português para estrangeiros”, disse.
Neste ano de 2019, teve início o programa piloto do LsF que acontece em universidades do Canadá, lugares onde normalmente não há muita oferta de Português. “Esta é uma possibilidade de apresentar para eles o Português do Brasil e uma experiência para solidificar a base para que possamos criar projetos permanentes que atendam um número maior dos alunos dos cursos de Letras”, destacou Mariana.
Conforme as palestrantes, o IsF também tem o objetivo de preparar a comunidade acadêmica como um todo, para além da mobilidade. Os cursos oferecidos pelos núcleos das universidades, dos institutos federais e nas instituições parceiras vinculadas ao MEC oferecem essa preparação para receber da melhor maneira o aluno de fora.
Texto e fotos: Giuliana Rodrigues
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