Projeto do Nutes desenvolve palmilha que atua no tratamento de distúrbios cinéticos funcionais
A Fisioterapia estuda a funcionalidade e o movimento humano e atua no processo de recuperação e reabilitação dos pacientes. Para tanto, o uso de dispositivos tecnológicos torna-se um recurso importante para esse campo de atuação. Diante disso, com o intuito de auxiliar nesse processo, um projeto desenvolvido no Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) está desenvolvendo um objeto que tem sido chamado de “palmilha inteligente”.
De acordo com o professor Lauriston Paixão, pesquisador do Nutes, a iniciativa tem o objetivo de proporcionar aos profissionais da Saúde mais um instrumento de avaliação, diagnóstico e tratamento de indivíduos com distúrbios cinéticos funcionais. A “palmilha inteligente” é um projeto que obteve recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e que pode em breve estar disponível no mercado.
“A meta é aprimorar o produto para torná-lo industrial e acessível, para que a palmilha chegue a toda sociedade. Esse projeto traz como uma de suas principais vantagens o seu desenvolvimento e produção que será toda nacional e de baixo custo, ressaltando a sua excelente qualidade”, avaliou o professor Lauriston.
A SenseShoes, nome dado a “palmilha inteligente”, foi selecionada na linha temática “Auxílios para o desempenho autônomo diário e laboral da pessoa com deficiência e das pessoas idosas”. O objeto pode ser usado na prevenção de lesões, avaliação e diagnósticos, apoio a reabilitação de doenças neurológicas e traumato ortopédicas e é voltada ao monitoramento da evolução e da qualidade da marcha das pessoas, que é uma estratégia da Fisioterapia utilizada para ajudar o corpo a manter o equilíbrio (na posição estática ou dinâmica) e desenvolver uma marcha independente ou com auxílio de forma eficaz.
A palmilha tem sensores que acomodada em tênis ou sapatos monitora como aquele paciente está caminhando e onde está a sua maior pressão plantar. O item é composto por sensores que estarão integrados ao um módulo para processamento, armazenamento e transmissão de dados via Wi-Fi e Bluetooth. Tudo isso com o auxílio de um software que pode ser usado em sistemas Android ou IOS, que exibirá os dados e os resultados dos pacientes. A palmilha tem como principal foco idosos, deficientes físicos, pessoas em processo de recuperação e reabilitação após cirurgias e também atletas de alto desempenho para um acompanhamento mais preciso.
Os estudos que abriram caminho para o desenvolvimento da “palmilha inteligente” foram iniciados durante o processo de dissertação de Mestrado do professor Lauriston Paixão, sob a orientação do professor Misael Morais, coordenador do Nutes.
Texto: Thássia Reinaldo (Estagiária)
Foto: Ilustração