UEPB recebe patente do INPI por protótipo de processo e instrumento para classificação de biodiesel
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) recebeu a notícia de mais um registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), reconhecendo patente do “Processo para classificação de biodiesel e instrumento para classificação de biodiesel”, protocolado sob o nº PI 1104468-3 A2. O idealizador da pesquisa que resultou na atual patente foi o professor José Germano Veras Neto, do Departamento de Química da UEPB.
O INPI é um órgão federal vinculado ao Ministério da Economia e responsável pelo registro e concessão de títulos de propriedade. Esta é a terceira patente concedida à UEPB, todas recebidas este ano. A coordenadora da Agência de Inovação Tecnológica (Inovatec), professora Simone Lopes, recebeu a confirmação do registro nesta segunda-feira (9) e informou que esta terceira patente recebida na verdade foi a primeira encaminhada pela Universidade ao INPI, em 2011.
Contudo, segundo ela, nem sempre os processos de análise do Instituto obedecem uma ordem cronológica. “Estamos muito contentes que, depois de 10 anos, recebemos a primeira patente encaminhada. Vejo este registro com bastante potencial para colaborações e transferência de tecnologia para indústrias, inclusive de tecnologia verde”, disse a coordenadora.
O idealizador do invento, professor Germano Veras, disse que a pesquisa que levou à atual patente iniciou-se em 2008, a partir de um projeto de pesquisa sobre o biodiesel financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Durante seus estudos na Universidade, o professor foi auxiliado por equipe da Embrapa e por três alunos de Iniciação Científica, todos do curso de Química. Os hoje ex-alunos da UEPB seguiram carreira nas áreas acadêmica e de pesquisa. O pesquisador explica que durante o processo conseguiu perceber diferenças de origem do biodiesel, fato inviável até então ou com resultados inconclusivos. “Ao fim da pesquisa, foi possível reconhecer a origem do óleo que gerou o biodiesel”, relatou o professor.
Além da verificação de qualidade, a ação permite encaixar-se em normas e regulamentações internacionais. O professor Germano explica que, na Europa, por exemplo, há a proibição de uso e importação de biodiesel a partir de óleos provenientes de alimentos ou produtos com potencial alimentício. Em termos do Brasil, este processo desenvolvido pode ser aplicado na identificação do biodiesel gerado a partir do óleo de mamona, visto que recebe subsídios fiscais à indústria produtora.
A partir do recebimento da patente, Universidade e pesquisadores envolvidos podem começar a colaborar com outras organizações para uso em maior escala e o protótipo patenteado parece possuir grande potencial, uma vez que não é poluente e ganhou o selo de patente verde. “O bom disso é agregar conhecimento e gerar produtos na cadeia produtiva de energias renováveis e desenvolvimento sustentável. A nossa tecnologia não necessita de nenhuma reação química e, portanto, não gera resíduo. Tecnologia muito bem vinda em um mercado globalizado que demanda produtos e processos ambientalmetne amigáveis”, afirmou o professor Germano Veras.
Patentes UEPB
Em março de 2021, a UEPB conseguiu o reconhecimento de sua primeira patente: “Composição à Base de Extrato Vegetal para uso na Endodontia”, fruto de pesquisa realizada pela professora Ana Cláudia Dantas de Medeiros, vinculada atualmente ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF/UEPB), e estudantes da Instituição. O protocolo da patente no INPI é nº BR 10 2014 003325
Em abril deste ano, a patente foi pelo “Destilador de água compacto com eficiência máxima de reutilização”, invento que resultou de pesquisa do docente Josemir Moura Maia, junto com o servidor Poti Oliveira Cortêz Costa, ambos do Câmpus IV. A patente está protocolada sob o nº BR 10 2014 032306 6 A2.
Texto: Juliana Rosas