Pesquisa da UEPB voltada ao tratamento da água é um dos destaques do Programa Univerciência

22 de julho de 2021

Uma nova tecnologia que utiliza a Jurema-preta, planta facilmente encontrada no bioma da Caatinga, para o tratamento da água é uma das pesquisas desenvolvidas na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) que será apresentada neste sábado (24), no Programa Univerciência. A produção também vai revelar um estudo sobre a escravidão em Sergipe, a partir de inventários nos Arquivos do Estado e do Tribunal de Justiça e estudos que analisam as sequelas deixadas pelo coronavírus no organismo.

A pesquisa desenvolvida na Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UEPB, que é coordenada pela professora Weruska Brasileiro e que contou com a participação na fase inicial da professora do Departamento de Química, Helvia Casullo, busca solucionar um dos principais problemas encontrados no tratamento da água relacionado ao emprego de coagulantes à base de sais de Alumínio, que geram um lodo tóxico, capaz de causar doenças no sistema neurológico, como mal de Parkinson e Alzheimer.

Uma das alternativas promissoras para amenizar esse problema é a substituição por coagulantes advindos de vegetais. Dentre as várias espécies vegetais, a Mimosa tenuiflora, conhecida popularmente como Jurema-preta, espécie abundante no semiárido brasileiro, vem se destacando como um coagulante orgânico eficaz para o tratamento da água. A pesquisa, que já está patenteada, é uma das ações desenvolvidas na UEPB que busca desenvolver técnicas de baixo custo para o tratamento da água utilizando recursos naturais do nordeste brasileiro.

Recentemente a equipe da UEPB também firmou uma parceria com a Prefeitura Municipal de Campina Grande, por meio de expertise técnica, laboratorial e de pesquisa, para contribuir no processo de limpeza do Açude Velho, que está sendo executado pela gestão municipal. A atividade já está em andamento.

Além da pesquisa da UEPB, o Univerciência deste sábado contemplará uma pesquisa, desenvolvida pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), que apontou que três em cada quatro pessoas escravizadas no Estado, entre 1800 e 1849, eram nascidas no Brasil. A pesquisa surgiu do interesse de responder questões como as origens da população no Estado e a conclusão veio a partir da análise de inventários nos Arquivos do Estado e do Tribunal de Justiça. O estudo analisou 885 inventários com informações de 7.052 pessoas em situação de escravidão para a partilha (divisão de bens).

Ainda será apresentado o estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), que estão analisando as sequelas deixadas pelo novo Coronavírus. Embora muitos aspectos ainda sejam desconhecidos o trabalho de estudiosos em todo o mundo trouxe importantes avanços, como na produção de vacinas. A pesquisa identificou efeitos nos sistemas imune, hematológico, pulmonar, cardíaco, gastrointestinal, hepático, renal, dermatológico, musculoesquelético, neurológico, além do tecido adiposo e, até mesmo, na saúde mental dos pacientes. Até o momento o que se sabe é que pode existir uma variabilidade da resposta imune de indivíduo para indivíduo, e que a presença de comorbidades pode intensificar a resposta inflamatória provocada pela ‘tempestade de citocinas’. Os estudos contribuem ainda para a descoberta de novas vacinas e também para o tratamento da doença.

O programa Univerciência tem a participação de instituições de todos os estados nordestinos, a partir da parceria entre as universidades e televisões públicas da região. A produção do conteúdo é colaborativa e a veiculação acontece em TV’s públicas, educativas, culturais e universitárias, e nos canais das emissoras e das universidades na Internet. O conteúdo é disponibilizado para acesso pelo canal Rede UEPB no YouTu be, todos os sábados, às 14h30.

Texto: Juliana Marques