1ª Semana de Química tem início com discussões sobre representações multimodiais e formação de professores para a inclusão
Em tempos de mudanças curriculares e de surgimento de novos desafios no campo da Educação, as universidades públicas precisam repensar a formação dos professores para a atuação na Educação Básica numa perspectiva mais ampla de inclusão. Esse está sendo um dos assuntos da 1ª Semana de Educação em Química da UEPB, aberta na manhã desta terça-feira (12), no Auditório da Biblioteca Central, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande.
O evento, realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Departamento de Química, envolve ainda a 10ª Olimpíada Paraibana de Química, cuja premiação aos cerca de 120 alunos que se destacaram na competição será realizada na próxima quinta-feira (14), no Auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), marcando o encerramento da Semana de Química.
Mais de 200 pessoas entre estudantes, professores e pesquisadores de várias instituições brasileiras participam das atividades da 1ª Semana de Química da UEPB, desenvolvidas a partir do projeto de extensão “Ações construtivas para o conhecimento químico nas escolas públicas da Paraíba”.
Na conferência “O papel das representações multimodiais no Ensino da Ciência”, proferida pela professora Ana Luíza de Quadros, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foram apresentadas as diversas formas de comunicação que o professor utiliza em sala de aula. Para as áreas de ciência, segundo Ana Luíza, além da linguagem oral e escrita, as representações têm um papel importante no processo de formação e precisam ser valorizadas pelos professores na sala de aula para construir conhecimentos.
O primeiro dia do evento também foi marcado pela palestra “Formação de professores de Química para a inclusão”, com o professor Gerson de Souza Mol, da Universidade Nacional de Brasília (UnB), que destacou a inclusão como uma realidade que impõe aos professores das universidades púbicas a necessidade de estarem preparados para lidar como o cenário envolvendo pessoas com necessidades educacionais especiais, uma ve que, a partir do momento que esse público supera as barreiras no Ensino Básico, a tendência é que chegue nas universidades em busca de formação profissional.
Como atitudes em sala de aula que favorecem a inclusão, o professor da UnB disse que o primeiro passo é o respeito ao aluno e a compreensão da lei, entendendo que a escola tem a missão de garantir a todos as condições para a formação humana, cidadã e profissional. “É preciso entender que não cabe a nós, professores, definirmos quem pode e quem não pode aprender. O que cabe a nós é buscar formas para que todos aprendam”, enfatizou Gerson.
A solenidade de abertura do evento contou com a participação do vice-reitor da UEPB, professor Flávio Romero; pelo pró-feitor de Extensão, professor José Pereira; pelo coordenador da Olimpíada Paraibana de Química, professor Francisco Dantas; pela diretora do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), professora Maria Isabelle Silva; pela coordenadora da Licenciatura em Química, professora Sara Regina Ribeiro; pelo chefe de Departamento de Química, professor Antônio Nóbrega de Sousa; pelo coordenador do evento, professor Geraldo Medeiros; e pelo professor Joelson Pimentel, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Matemática.
Professor Flávio Romero lembrou que, desde quando foi criada, há 53 anos, ainda como Fundação Regional do Nordeste (Furne), a Universidade Estadual da Paraíba se destaca pelos investimentos na formação dos professores e, hoje, passadas mais de cinco décadas, é perceptível a presença de educadores egressos da Instituição em todos os municípios paraibanos. Como educador, Flávio disse que o maior desafio das universidades públicas ainda é estabelecer relações com as escolas que estão na ponta do processo educacional. A UEPB, segundo ele, tem cumprido o seu papel e hoje, inegavelmente, contribui no desenvolvimento da formação educacional.
Ao saudar os participantes, o pró-reitor de Extensão, José Pereira, ressaltou a importância do projeto do curso de Química, que incentiva os alunos a pensarem no conhecimento. Ele destacou que a inclusão das escolas da Educação Básica é sempre um tema que engloba a extensão e se reflete em melhorias para a sociedade. O Chefe do Departamento de Química, professor Antônio Nóbrega, enalteceu a espontaneidade e a voluntariedade existentes nas Olimpíadas de Química, enquanto a coordenadora do curso, professora Sara Regina, destacou o incentivo para o despertar dos alunos para a ciência química, historicamente tida como difícil de aprendizado.
Coordenador do evento e da Olimpíada Paraibana de Química, que funciona como projeto de extensão na UEPB, o professor Francisco Dantas destacou a temática a ser abordada durante os três dias de eventos, especificamente a metodologia de ensino, preparação dos alunos para as olimpíadas de Química e os desafios da área. Sobre as Olimpíadas científicas, ele ressaltou que o evento este ano superou a expectativa, com mais de 107 mil alunos inscritos na Paraíba nas duas primeiras etapas, realizadas em junho e outubro, fazendo a Paraíba o segundo Estado com maior participação de alunos na competição do conhecimento.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Raiane Silva
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