Professores debatem futuro do ensino da Matemática durante 1º Encontro Campinense do PROFMAT
Historicamente, a Matemática sempre foi vista com temor pelos estudantes da rede pública de ensino. Lidar com os números e ensinar os alunos de forma atrativa é um desafio para os professores. Nos últimos anos, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) tem ajudado a quebrar esse paradigma e mostrado que é possível tornar a Matemática uma disciplina agradável.
E uma das ferramentas que têm levado os professores a transpor os muros da Instituição e chegar às escolas do ensino básico com a missão de melhorar o ensino de Matemática é o Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT), implantado há oito anos na Instituição. Na Paraíba, além da UEPB, integram o programa a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Como forma de integrar as instituições e avaliar o programa, a Coordenação do Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional realizou, durante toda essa sexta-feira (20), o 1º Encontro Campinense do PROFMAT. Organizado pelas coordenações da referida pós-graduação da UEPB e UFCG, o evento teve como objetivo divulgar e estimular os trabalhos e projetos dos atuais alunos e dos egressos do programa nas instituições, além de promover a interação entre eles. Mais de 90 pessoas participaram do Encontro.
No total, foram ministradas sete palestras proferidas por profissionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), UFCG e UFPB. Todos os temas abordados estavam relacionados ao ensino básico. Na abertura dos trabalhos, no Auditório do Departamento de Psicologia, no Câmpus de Bodocongó, alguns professores destacaram a importância do programa, que tem mudado os rumos do ensino da Matemática na escola pública.
Coordenador do PROFMAT na UEPB, o professor Aldo Trajano Lourêdo disse que o programa tem cumprido o seu papel e o Encontro nasceu com intuito de divulgar os trabalhos dos aluno, bem como mostrar como essas iniciativas têm melhorado o ensino. Ele anunciou que no próximo ano o Encontro será realizado em nível estadual. Na UEPB, o Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional oferta, em média, 20 vagas por ano. O curso é semipresencial e as aulas acontecem nas sextas-feiras, no CCT, e são ministradas por 10 professores da Instituição e um visitante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A diretora do CCT e professora do programa, Maria Isabelle Silva Dias Yanes, disse que o PROFMAT só veio a somar na pós-graduação e possibilitar aos professores da Instituição conhecer outras realidades nas escolas públicas e privadas. “Como consequência desse programa, a gente tem visto uma melhora muito grande nas escolas públicas. Ele tem aproximado a Universidade das escolas e favorecido o ensino da Matemática. O programa tem cumprido o seu papel positivamente”, destacou.
O coordenador do PROFMAT na UFCG, professor Luiz Antônio da Silva Medeiros, disse que o 1º ECP possibilitou às instituições envolvidas no programa socializar as ações e, com isso, darem uma resposta a sociedade. Ele lembrou que o Mestrado é bastante conceituado junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A mesma linha de pensamento foi seguida pelo representante da UFPB, professor Bruno Henrique Carvalho Ribeiro.
A palestra de abertura, “Mestrado Profissional, Formação Docente e Conhecimento Matemático”, foi ministrada pelo professor Jhone Caldeira Silva, da Universidade Federal de Goiás. Em sua exposição, ele trouxe uma discussão em torno da formação do professor de Matemática. O grande desafio, segundo ele, é articular melhor a formação do professor nas licenciaturas, para que o impacto desse conhecimento consiga transformar a realidade em sala de aula. Em meio a tudo isso, Jhone trouxe alguns resultados de pesquisas investigativas sobre níveis de conhecimento matemático por meio do projeto “Letramento Brasil”.
O docente salientou que os professores precisam realizar intervenções para tornar o ensino atrativo e quebrar o paradigma da dureza da Matemática. Para ele, o ensino da Matemática hoje enfrenta um grande desafio, visto que o mundo está diante de uma geração digital acostumada com respostas rápidas e prontas.
Uma das palestrantes do evento foi a professora Giovana Siracusa, da Universidade Federal de Sergipe, que abordou o tema “Planaridade em grafos”. A proposta da palestra foi apresentar uma breve introdução da teoria e discutir acerca da planaridade de grafos, apresentando um importante resultado que caracteriza grafos planares, que é o teorema de Kuratowski.
Além de assistirem a palestras, os alunos apresentaram diversos trabalhos em forma de pôsteres, como resultado dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. O PROFMAT visa atender professores de Matemática em exercício no ensino básico, especialmente na escola pública, que busquem aprimoramento em sua formação profissional, com ênfase no domínio aprofundado de conteúdo matemático relevante para sua atuação docente. Na UEPB, o programa já titulou cerca de 100 profissionais.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos
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