Estação de Tratamento de Águas começa a funcionar no Câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) ganhou mais um importante laboratório no Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), no Câmpus de Campina Grande. Trata-se da Estação de Tratamento de Águas (ETA), projeto idealizado pela professora Weruska Brasileiro, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Instituição, realizado em parceria com alguns de seus alunos.
Fruto de uma colaboração entre a Universidade e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a estação possibilitará o desenvolvimento de técnicas de baixo custo para o tratamento de águas, sendo aplicadas inicialmente na reserva consumida pela própria Universidade, mas com grandes possibilidades de ampliação para o tratamento das águas consumidas tanto em Campina Grande como em mais 18 municípios da região.
“A Estação se torna inovadora porque utiliza diversas concepções de tratamento e para cada qualidade de água é necessário um tratamento específico. No novo laboratório será possível definir qual tratamento é mais adequado para determinados tipos de água. Ou seja, se ela tem um nível elevado de cianobactérias, vamos dizer quais os tipos e quantidades de produtos químicos que serão utilizados para tratá-la”, explicou Weruska, ressaltando que alguns pontos ainda serão desenvolvidos, pois ainda não constam normas que os preceituem, já que os tratamentos aplicados atualmente são todos em função da vazão e não da qualidade da água.
Funcionando inicialmente como laboratório para os alunos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UEPB, a Estação de Tratamento de Águas permite aos graduandos a possibilidade de aplicar, na prática e em dimensões reais, os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Thiago Nóbrega, aluno de pós-graduação, ressalta a importância da estação na formação estudantil. “A prática fica mais viva na vida do aluno, sendo mais fácil entender o que é visto em sala de aula. Eu tive a possibilidade de conhecer uma estação durante minha graduação, mas tive que me deslocar e nem todos os colegas tiveram essa oportunidade. Agora todos poderão vivenciar isso”, disse.
Estrutura e processos de tratamento
A Estação conta com dois tanques de 10 mil litros cada, que fornecem água para o tratamento a uma vazão de 30 litros por minuto. Essa água passa por um misturador, onde é depositado o coagulante orgânico e segue para as unidades de floculação para que as impurezas se aglomerem e se separem da água. Após essa etapa, a água passa por um decantador vertical, filtros e chega ao reservatório praticamente limpa.
Conforme a professora Weruska, a parte mais delicada desde a concepção do projeto foi o planejamento da estrutura, uma vez que teria que ser muito bem fundamentada para suportar o peso das estruturas metálicas – uma plataforma de concreto, duas escadas e dois tanques de 10 mil litros. Segundo o engenheiro responsável pela obra, William de Paiva, “o cuidado maior com a obra foi porque ela está sujeita a vibrações, devido a circulação dos fluídos na tubulação, sendo necessária resistência e compressão perfeitas do solo para dar suporte ao peso da água e à estrutura como um todo”.
A equipe de professores, técnicos e alunos trabalha diariamente no estudo e aprimoramento das técnicas para que essa água termine o processo de tratamento cada vez mais limpa e saudável e, assim, com a evolução das pesquisas, em breve a população de Campina Grande e região passe a ser beneficiada diretamente com o trabalho desenvolvido pela equipe da ETA/UEPB.
Texto: Raphaela Souto (Estagiária)
Fotos: Paizinha Lemos e Isabely Garcia (Estagiária)
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