UEPB e Funasa encaminham parceria para realização de estudo com grafeno voltado à dessalinização de água
Considerado como o futuro da tecnologia, o grafeno, material composto de átomos de carbono que, por ser simplesmente o mais fino e mais condutor do mundo, tem incríveis potencialidades de utilização, está prestes a ser objeto de estudo na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Após uma reunião na manhã desta quinta-feira (9) entre a Reitoria da UEPB com a Coordenação de Pesquisasa da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a Universidade, junto com outras instituições paraibanas, formará um plano de trabalho para desenvolver pesquisas com o objetivo de encontrar meios mais eficazes para dessalinização de água a partir do uso do referido composto.
Este foi o primeiro encontro que encaminhou a parceria que ainda vai envolver a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), todos focados em pesquisar essa camada de pouca espessura de grafite, que é muito resistente, se levarmos em consideração sua densidade, sendo 100 vezes mais forte que o aço. Segundo o reitor da UEPB, professor Rangel Junior, a união dessas instituições beneficiará diretamente a sociedade pela possibilidade real de solucionar problemas que há muito tempo são enfrentados pelas populações.
“A escolha da Funasa por essas instituições caiu como uma luva para que possamos pôr em prática algo bastante atual, que é a possibilidade de trabalharmos em cooperação. Isso merece um destaque porque temos o objetivo de encontrar soluções para problemas reais que as populações enfrentam. O fornecimento de água é um deles. A partir dos estudos dessa proposta do grafeno, poderemos trabalhar um conhecimento novo, uma nova tecnologia que lá na frente resultará em conhecimento científico com publicação de trabalhos, registro de patentes e várias outras benéfices”, destacou o reitor Rangel Junior.
O coordenador de pesquisa da Funasa, Rômulo Henrique da Cruz, afirmou que este é o momento para pensar em uma tecnologia nova que supra a crise hídrica que todo o país enfrenta. Ele ainda acrescentou que este estudo do grafeno é bastante inovador e desafiador por se tratar de algo que está sendo explorado há pouco tempo no Brasil. Ele frisou que o envolvimento de todas essas universidades é fundamental pela aproximação que as instituições têm com a população, mas salientou que é um projeto que está sendo ainda iniciado, portanto ainda há um longo caminho a ser percorrido.
“Queremos levar água para a população inteira do Nordeste, principalmente a do Semiárido. Este projeto é muito inovador. O grafeno tem a capacidade de diminuir o custo operacional de produção dos equipamentos, diminuir custos logísticos no que diz respeito à água de qualidade e a economia de energia por parte dos dessalinizadores atuais em milhões de reais. Portanto, é algo que pode ser feito para o bem do povo”, ressaltou Rômulo Henrique.
A professora do Departamento de Engenharia Ambiental da UEPB, Weruska Brasileiro, foi otimista no que se refere a solução do problema da crise hídrica que o Semiárido enfrenta há várias décadas. Ela afirmou que esta pesquisa tem o foco em um produto inovador e projetou que em um período de três anos já seja possível desenvolver um protótipo para que os testes de dessalinização sejam iniciados. “O grafeno é um material que tem várias utilidades, não só na área de saneamento. Ele também é utilizado nas áreas de condutores e informática. A nossa perspectiva é que com o seu uso possamos agir e solucionar problemas sérios em que a água salobra não é tratada da forma convencional”, concluiu Weruska.
Texto e fotos: Givaldo Cavalcanti
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