Laboratório 3D da UEPB desenvolve tecnologia voltada para educação e desenvolvimento tecnológico regional
Em tempos que a impressão 3D promete revolucionar o modelo de fabricação do mundo e impulsionar a automação industrial, um laboratório instalado no Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado no Câmpus de Patos, mostra o potencial tecnológico da Instituição nesse campo. O Laboratório de Prototipagem 3D (Protolab 3) é uma iniciativa voltada para o desenvolvimento de um modelo de laboratório de prototipagem de baixo custo, para criação de kits de robótica educacional e capacitação de pessoas para este tipo de trabalho.
O Protolab 3D está em funcionamento experimental há dois anos e já fabrica diversos tipos de peças na área de automação, especialmente um kit de robótica educacional, que é um conjunto de aparelhos eletromecânicos em miniatura, que executam atividades pré-programadas, voltadas ao ensino de determinadas disciplinas. O responsável pelo projeto é o professor do Departamento de Física, Rodrigo César Fonseca da Silva. A iniciativa envolve estudantes do Curso de Física do CCEA e promete revolucionar o uso da tecnologia 3 D no Câmpus VII.
Conforme professor Rodrigo, o kit para Física, por exemplo, pode ser composto de um braço mecânico com um mecanismo de garra para coletar peças pequenas. Um aluno, com esse braço, poderia verificar os conceitos de deslocamento, massa e peso, distribuição de forças, entre outros. Dependendo da demanda da instituição de ensino, os kits podem ser voltados para Física, Matemática, Química, Computação e engenharias em geral.
Rodrigo César ressalta que a impressão 3D permite reduzir custos de fabricação em todo o processo produtivo, elimina desperdícios dentro das fábricas e é muito importante para tornar a empresa sustentável e mais competitiva. “Nosso entendimento de baixo custo é investimento mínimo das instituições envolvidas, sem perda de qualidade. As máquinas desenvolvidas no Protolab 3D, em relação às disponíveis no mercado, têm a vantagem de obedecer à programação do operador. As do mercado vêm com programação simples para executar pequenas tarefas pré-determinadas”, explicou o professor.
Além disso, segundo ele, as máquinas do Protolab são modelos autossustentáveis, com o qual a instituição pode criar produtos para comercialização gerando receita dentro do que permite a lei. Também é replicável, ou seja, as próprias peças de manutenção e multiplicação podem ser fabricadas pelo operador capacitado. A pretensão da equipe da UEPB no momento é capacitar pessoas para montarem os kits didáticos e experimentos para laboratórios de ensino. Assim, também fariam a recuperação e replicação dos kits adquiridos pelo Estado, restaurando os laboratórios já existentes na Paraíba.
Essa semana, o professor Rodrigo César e o professor Jonas de Sousa Alves, desenvolvedor das máquinas, foram recebidos em audiência pelo reitor Rangel Junior, oportunidade em que apresentou o projeto e destacou a importância de expandir a iniciativa. A equipe também pretende realizar um trabalho com o Governo do Estado, no sentido de entregar o modelo experimental que já funciona no Câmpus VII e promover iniciativas de divulgação e capacitações nas escolas-modelos.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Divulgação