Debate sobre Economia solidária é realizado no Câmpus VII da Universidade Estadual da Paraíba
O Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do curso de bacharelado em Administração, realizou ontem (02), o debate sobre Economia Solidária. A atividade foi realizada no auditório Celso Furtado, no Câmpus VII da UEPB, em Patos e faz parte das práticas da disciplina Economia Solidária, ministrada pelo professor Cidoval Morais de Sousa.
O evento constitui-se como um espaço de articulação e diálogo entre múltiplos atores sociais acerca de um modelo alternativo de empreendimento econômico solidário que propicia a inclusão e o resgate da cidadania, e se contrapõe ao modelo capitalista vigorante, proporcionando o desenvolvimento do país e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Durante o debate os participantes da atividade puderam refletir sobre a importância de alternativas que auxiliam na geração de condições mais favoráveis no setor socioeconômico e, também, na melhoria de vida e na construção de regimes de bem estar social.
O debate contou com a presença de José Anchieta de Assis, representante do Fórum Estadual de Economia Solidária, José Pereira e Danilo Lopes, integrantes da experiência com a moeda social Margarida, empreendida na cidade de Pombal, e José Nilson da Silva, representante da comunidade quilombola Os Rufinos, situada na zona rural da cidade.
José Anchieta abriu o debate fazendo uma abordagem do panorama geral da estrutura funcional dos empreendimentos de economia solidária no país, ressalvando suas dimensões organizadoras, socioeconômica e política, e apontando os aspectos de distinção dos elementos essenciais que caracterizam esse tipo de empreendimento. Anchieta analisou ainda os avanços na construção de políticas de economia solidária no Brasil e os desafios e limites que cercam a sua prática na atual conjuntura do país.
Durante a atividade foi apresentado ao público um relato da experiência solidária empreendida na cidade de Pombal, sertão da Paraíba, através da implementação do Banco Comunitário de Desenvolvimento Maringá e a moeda social Margarida. José Pereira e Danilo Lopes, Educadores Sociais do Centro de Educação Integral Margarida Pereira da Silva (CEMAR), e agentes de crédito do Banco Comunitário de Desenvolvimento Maringá, ressaltaram a importância da construção do banco comunitário e da moeda social para a cidade.
Numa perspectiva fundamentada nos princípios de autogestão, cooperação, solidariedade e compromisso social, José Pereira e Danilo Lopes, discorreram acerca do sistema econômico de empreendimento solidário autossustentável, que surge como uma alternativa distinta da lógica mercantil capitalista apontando um novo caminho para a geração de trabalho e renda, e favorecendo o desenvolvimento local e a melhoria das condições de vida da população.
O artesão José Nilson encerrou as atividades com a exposição do artesanato em barro, produzido por artesãos da comunidade quilombola Os Rufinos e, com o relato das tradições e práticas culturais destes povos, remeteu os presentes à ancestralidade, e impeliu a (re)construção de olhares sobre a história e a vida cotidiana dos remanescentes quilombolas. Todas as peças em exposição foram comercializadas difundindo uma autêntica expressão da cultura local e as raízes de um povo.
Texto: Tatiany Escarião