Mesa redonda realizada no Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas discute Educação Inclusiva
O curso de Licenciatura em Matemática, do Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), realizou a mesa redonda “Direito à Educação Inclusiva: por uma escola e um mundo para todos”. O debate aconteceu terça-feira (28), no Auditório Celso Furtado, Câmpus VII da UEPB, em Patos, e contou com as contribuições e experiências dos professores da Instituição e de profissionais que compõem a equipe multidisciplinar na rede regular de ensino municipal e estadual.
O evento reuniu professores e estudantes e fomentou a troca de saberes e experiências acerca da educação inclusiva dentro da escola regular, bem como as práticas educativas desenvolvidas no processo de escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais, abrindo espaço para a discussão sobre as concepções e práticas voltadas à garantia do direito ao acesso à educação de qualidade e a transformação da escola em um espaço para todos.
Kilmara Rodrigues e Matheus Neves coordenaram a abertura do evento e convidaram a compor a mesa para o debate os professores Ginaldo Farias, coordenador do curso de Licenciatura em Matemática da UEPB, Jorge Miguel Lima Oliveira, professor do curso de Matemática da Universidade, responsável pela organização do evento, e os membros integrantes da equipe multidisciplinar das escolas públicas municipais e estaduais: Maria do Socorro Ramalho da Silva, Fátima Raquel Sena de Lucena, Andreia Candeia de Sousa, Amanda Freitas, Maria Rosineide Alves de Araújo e Soraia Carvalho.
A palavra foi conferida ao professor Ginaldo Farias, coordenador do curso de Licenciatura em Matemática, que cumprimentou a todos e parabenizou a iniciativa do professor Jorge Miguel, que à frente da disciplina Introdução a Educação Especial abriu um importante espaço para o debate sobre os processos inclusivos nos diferentes espaços educativos e para a discussão acerca do fomento a políticas públicas voltadas à garantia do acesso e qualidade no processo educacional.
Jorge Miguel agradeceu aos presentes e destacou a relevância do debate sobre Educação Inclusiva e as práticas e alternativas pedagógicas que permitem a inclusão escolar plena das pessoas com necessidades educacionais especiais, não somente impostas pela condição física, mas compreendendo aspectos múltiplos que também determinam possibilidades e impedimentos no desenvolvimento do aluno e em sua interação com o meio físico e social.
Rede de apoio
Maria Rosineide Alves de Araújo, psicopedagoga, apresentou uma abordagem histórica sobre a educação inclusiva e as diversas estratégias para ultrapassar os desafios impostos à educação especial dentro da escola regular. A professora falou sobre a experiência vivenciada na prática docente em educação inclusiva e ressaltou a importância de oferecer um plano de ação em educação especial que oportunize os indivíduos de igual modo e ofereça estratégias diferenciadas para cada um, de modo que todos possam desenvolver os seus potenciais.
Segundo a psicopedagoga, é necessário fortalecer o âmbito do sistema educacional e instigar iniciativas, suscitar alternativas e apoiar negociações, criando uma rede de apoio entre os alunos, docentes, gestores escolares, as famílias e os profissionais de saúde que conduzam às pessoas com necessidades educativas especiais ao melhor atendimento educacional, garantindo-lhes, assim, a sua integração escolar e social.
A professora especialista em Atendimento Educacional Especializado (AEE), Maria do Socorro Ramalho da silva, suscitou questões em torno do atendimento educacional especializado, das práticas educacionais inclusivas em sala de aula e da formação docente na perspectiva da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas classes comuns, assim como reflexões acerca da mudança de paradigma na educação especial.
Socorro relatou a sua experiência com o AEE e destacou a importância do serviço para os avanços na aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais. A professora comentou como as intervenções pedagógicas realizadas nas salas de recursos multifuncionais contribuem no desenvolvimento e aprendizagem destes alunos, facilitando o processo de inclusão numa sala regular de ensino e na convivência social.
Professora e intérprete de libras, Fátima Raquel Sena de Lucena discorreu sobre a escola inclusiva e a proposta da educação bilíngue para alunos surdos e os modos como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e Língua Portuguesa são sugeridas nas atividades desenvolvidas por alunos surdos matriculados em escolas de ensino regular.
Raquel destacou especificamente a necessidade de se implantar a educação bilíngue, na qual se faz presente a LIBRAS e a Língua Portuguesa, garantindo ao indivíduo o desenvolvimento de sua linguagem e a construção de conceitos primordiais para a compreensão do mundo, assegurando-lhes, desde cedo, à utilização de recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional, na perspectiva da inclusão, e usufruto dos seus direitos como aluno e cidadão.
A pedagoga Maria Cláudia da Costa Ferreira, especialista em educação infantil, supervisão e orientação educacional, voluntária da ONG de equoterapia na cidade de Patos, apresentou a equoterapia e falou sobre as contribuições do método terapêutico e os seus benefícios na reabilitação e na inclusão educativa e social destas pessoas.
Claúdia explicou como a sessão equoterápica acontece e como pode ser utilizada dentro de uma abordagem complementar e interdisciplinar, constituindo-se como uma ferramenta diferencial no processo de ensino aprendizagem, que propicia ao praticante o desenvolvimento dos seus aspectos físico, psicológico e social de forma descontraída, favorecendo a sua reintegração à sociedade, com maior independência e confiança.
Ludicidade enquanto prática pedagógica
Andreia Candeia de Sousa, Psicopedagoga, trouxe à tona a importância da ludicidade enquanto prática pedagógica na educação e no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais no ambiente escolar, e sua relevância no processo de aprendizagem e desenvolvimento intelectual e motor.
A nutricionista Amanda Freitas, fez considerações sobre a alimentação escolar e o atendimento as pessoas com necessidades alimentares especiais, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional, e do direito humano à alimentação adequada, abordados os aspectos das intervenções nutricionais que demandam cuidados específicos, no que se refere à dieta alimentar, dentro de um sistema educacional inclusivo.
A professora Soraia Carvalho, compartilhou com os presentes a sua experiência docente com alunos com necessidades educacionais especiais necessidades decorrentes de limitações visuais e os desafios enfrentados no atendimento educacional especializado. Soraia relatou a carência de recursos didáticos específicos ou apropriados que possam dar suporte ao aluno e ao professor, para uma inclusão educacional efetiva.
A professora explicitou algumas das estratégias e atividades pedagógicas desenvolvidas para auxiliar na inclusão escolar destes alunos e o processo de criação de recursos didáticos utilizados como auxílio e suporte ao processo de escolarização condizente com as suas necessidades individuas, em busca do desenvolvimento das suas habilidades e potencialidades dentro de uma perspectiva inclusiva.
O organizador do evento encerrou o ciclo de palestra agradecendo a contribuição de todos. Professor Jorge aproveitou a ocasião para ressaltar a importância das vivências compartilhadas e os desafios da educação inclusiva. Jorge fez uma compilação acerca dos fundamentos políticos voltados à educação inclusiva e as práticas pedagógicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos, a partir dos referenciais para a constituição de sistemas educacionais inclusivos, implicando uma mudança estrutural e cultural do âmbito escolar para que todos os indivíduos tenham suas especificidades atendidas.
Texto e fotos: Tatiany Escarião
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