Projeto Univer-Cidade debaterá sobre determinação social das arboviroses causadas pelo aedes aegypti
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do projeto Univer-Cidade, realiza no próximo dia 15 de junho, no Auditório do Sebrae, em Patos, um seminário com o tema “Determinação social das arboviroses provocadas pelo Aedes Aegypit e suas consequências”. A iniciativa será desenvolvida em parceria com o Governo do Estado, por meio da 6ª Regional de Saúde, com sede em Patos; Fiocruz; IFPB; UFPB e UFCG. A programação se articula em três eixos: formação (conferência e mesas redondas), troca de experiências (relatos do que está sendo feito e resultados) e planejamento (o que se vai fazer a partir do seminário em termos de ação conjunta).
O objetivo é analisar as condições de desigualdade social estrutural que afetam a maioria da população nordestina, região mais afetada pela tríplice epidemia (dengue, Zika e Chikungunya), com ofertas diferentes de bens e serviços essenciais, como o corre com o saneamento básico. A discussão, embora não descuide do caráter técnico (biológico-natural), colocará em evidência a natureza socioeconômica, político e cultural da epidemia.
Dentre os palestrantes destacam o pesquisador André Monteiro, da Fiocruz, com sua respectiva equipe; Izabel Sarmento, da Gerência Operacional da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do estado; Liliane Abrantes de Sena, Gerente da 6ª Regional de Saúde; além de pesquisadores da UEPB, INSA e demais instituições parceiras.
O seminário destina-se a todos gestores da saúde, da educação, das secretarias de meio ambiente e infraestrutura, agentes de saúde e vigilância sanitária de todos os municípios da Paraíba, particularmente das regiões do Seridó e do Sertão. A inscrição é gratuita e pode ser feita na hora, mas a presença deve ser confirmada pelo email direcao@ccea.uepb.edu.br.
Parte-se do pressuposto de que a tríplice epidemia tem, portanto uma forte determinação social: a degradação das condições de vida nas cidades, saneamento básico inadequado, particularmente no que se refere à dificuldade de acesso contínuo a água, coleta de lixo precária, esgotamento sanitário, descuido com higiene de espaços públicos e particulares como os principais responsáveis por esse desastre.
Observa-se que a distribuição espacial por local de moradia das mães dos recém-nascidos com microcefalia (ou suspeitos) é maior nas áreas mais pobres, com urbanização precária e saneamento ambiental inadequado. Nestas áreas, o provimento de água de forma irregular ou intermitente leva essas populações ao armazenamento domiciliar de água de modo inadequado, condição muito favorável para a reprodução do Aedes Aegypti.
Destaca-se que todas as medidas de controle vetorial devem ser realizadas com ampla mobilização social no sentido da proteção da Saúde Pública, priorizando-se as medidas de saneamento ambiental, e orientadas pelos princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde.
Colaboração: professor Cidoval Morais
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