Seminário no Cãmpus VII da UEPB discute formação para promoção da saúde no contexto das arboviroses

21 de dezembro de 2017

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A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por meio do Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA), em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado e 6ª Gerência Regional de Saúde, e apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Waterlat-Gobacit, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Instituto Federal da Paraíba (IFPB), realizou na última terça-feira (19), no Auditório Celso Furtado, no Câmpus VII da UEPB, em Patos, o seminário “Formação para a promoção da saúde no contexto das arboviroses dengue, zika e chikungunya”.

O evento marcou um ano do Projeto Zika, desenvolvido pela UEPB, e teve como objetivo promover o diálogo entre alunos, professores, pesquisadores, autoridades governamentais e de saúde pública, representantes dos 48 municípios que compõem a 3ª Macrorregional de Saúde e a sociedade civil, sobre a ascendência e disseminação de doenças infecciosas humanas transmitidas por mosquitos vetores, a exemplo da dengue, zika e chikungunya, com enfoque nos desafios para a saúde pública, apresentando proposições acerca dessa tríplice epidemia, a fim de direcionar métodos de enfrentamento, controle e prevenção dessas arboviroses.

A solenidade de abertura do evento foi coordenada pelo professor Cidoval Morais de Sousa, que convidou a compor a mesa de autoridades Adriano Homero Vital Pereira, diretor do CCEA; Geraldo Moreira, representante da Secretaria de Saúde do Estado; José Leudo de Farias, Gerente Regional do 6º Núcleo de Saúde e representante da Macrorregional de Saúde no evento; e André Monteiro Costa, representante da Fiocruz.

O diretor do CCEA, Adriano Homero deu as boas-vindas a todos e parabenizou a organização do evento, destacando a figura do professor Cidoval pelo comprometimento e contribuição social que vem realizando junto a Universidade. Adriano agradeceu aos parceiros e arguiu sobre a importância da reflexão sobre os determinantes das arboviroses e as interseções que interferem nos aspectos sociais ligados à tríplice epidemia.

Adriano ressaltou a importância da contribuição que o grupo de pesquisa vem dando nas estratégias de ação e elaboração de novas ferramentas no âmbito das políticas públicas, e o empenho da Universidade no que diz respeito ao processo de interlocução dessas práticas, levando à sociedade as demandas apontadas, gerando uma maior e mais aprofundada compreensão dos desafios colocados pelas epidemias, além da necessidade de mobilização social para o enfrentamento e controle dessas doenças.

Geraldo Moreira, representante da Secretaria de Saúde do Estado, falou sobre o preocupante aumento nos índices da dengue, zika e chikungunya no Estado, ressaltando a relevância do processo de mobilização social para a intensificação das ações de prevenção e controle dessas arboviroses.

O representante da Fiocruz, André Monteiro, saudou aos presentes em nome da Presidente da Fundação, Nísia Trindade, e falou sobre a importância de se refletir e discutir as ações de controle vetorial das arboviroses emergentes, principalmente daquelas causadas pelo mosquito Aedes Aegypti, e as estratégias que possa fazer frente aos novos desafios para a saúde pública nacional.

José Leudo de Farias, gerente regional do 6º Núcleo de Saúde e representante da Macrorregional de Saúde no evento, enalteceu o trabalho desenvolvido na Universidade Estadual da Paraíba e o comprometimento social da Instituição com a realização de ações educativas, de promoção, comunicação e mobilização para a disseminação de boas práticas em toda à sociedade.

Leudo agradeceu ainda a todos os municípios que atenderam ao convite para participar do evento e alertou a todos para o aumento expressivo no número de focos e de municípios infestados pelo mosquito no Estado, ressaltando a importância da integração e mobilização coletiva e a implementação de novas ações de enfrentamento e controle do vetor das arboviroses amplamente disseminadas no Estado.

O professor Cidoval falou sobre a realização do evento e a pesquisa sobre os determinantes sociais das arboviroses que vem sendo desenvolvida no Estado. O professor arguiu sobre o cenário sociocultural da epidemia, dos aspectos relacionados à gestão e efetivação de ações relacionadas à prevenção e ao controle das arboviroses e demonstrou grande preocupação frente ao elevado índice de infestação e a propagação das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti na Paraíba.

O antropólogo, José Luciano Albino Barbosa, do Projeto Zika, proferiu a conferência “Conjuntura Nacional: desafios e perspectivas”, discorrendo acerca do contexto político, econômico e social da atual conjuntura nacional, promovendo reflexões sobre a crise contemporânea e a falácia do desenvolvimento econômico, possibilitando, aos atores sociais, maior compreensão do contexto histórico do país, para que possam subsidiar ações e estratégia mais eficazes e inclusivas no âmbito das políticas públicas.

A palestra de abertura, “Controle vetorial e ambiental de arboviroses”, foi ministrada por André Monteiro, representante da Fiocruz, que fez um breve relato sobre o contexto histórico das arboviroses no país, com ênfase na integração de diferentes estratégias e a adoção de um conjunto adequado de medidas de controle vetorial, considerando as características socioambientais específicas e as tecnologias disponíveis para a redução da infestação dos mosquitos vetores e a incidência das arboviroses transmitidas por eles.

A professora Weruska Brasileiro, integrante do Projeto Zika UEPB, ministrou a palestra “Saneamento, Desenvolvimento e Saúde” e discutiu a relação entre saúde e saneamento, situando-a no contexto do processo de desenvolvimento social. Ela apresentou o modelo de política nacional de saneamento básico, seus objetivos e diretrizes, como garantia de direito fundamental da pessoa humana e fez uma análise das condições em que se encontram a infraestrutura e instalações operacionais de esgotamento sanitário, drenagem e limpeza urbana, e o manejo dos resíduos sólidos, sua interferência direta na qualidade das águas, e como isso influencia na qualidade de vida da população nacional e no desenvolvimento da sociedade.

Integrante do Projeto Educação e Saúde da UEPB, a professora Lidiane Rodrigues Silva ministrou a palestra “Educação e Saúde: interlocução possível” e fez uma ampla explanação sobre as contribuições da educação no processo de promoção a saúde. Lidiane abordou as mudanças paradigmáticas contemporâneas no contexto brasileiro, na perspectiva interdisciplinar, para melhor responder as necessidades intersetoriais da saúde e educação, onde ambos se assumem como copartícipes do processo de desenvolvimento social.

A tarde, a palestra “Conjuntura Regional: Desafios e Perspectivas”, foi ministrada por Luiz Francisco de Almeida, Chefe do Núcleo de Fatores Biológicos, da Secretaria de Saúde da Paraíba, que discorreu sobre o contexto atual do cenário nacional e os desafios voltados a elaboração participativa de uma nova política regional, relacionada à gestão ambiental, com proposições amplas e intersetoriais, no tocante a implementação de novas ações de monitoramento e controle ao mosquito Aedes Aegypti e enfrentamento da tríplice epidemia causada por ele.

A “Saúde de quem trabalha com saúde: desafios no contexto das arboviroses” foi debatida por Shirleyde Santos, do Projeto Zika UEPB, que abordou os riscos à saúde do trabalhador da área de saúde e os impactos das arboviroses à saúde, ao bem-estar e a qualidade de vida de toda a população. Shirleyde discorreu ainda sobre os danos ao ambiente e à saúde humana, decorrentes do uso de produtos químicos no controle vetorial, e os efeitos nocivos do uso desses produtos, sabidamente tóxicos, no surgimento de outras patologias.

O professor Wellington Candeia, integrante do projeto Zika, UEPB, encerrou o ciclo de palestras falando sobre as “Técnicas de Big data para mapeamento da incidência do Aedes Aegypti no semiárido brasileiro (balanço das expectativas em curso)”. O professor arguiu sobre a realização da análise dos dados com base no mapeamento dos fatores socioambientais e climáticos na incidência e proliferação do mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya, a fim de direcionar métodos de controle e prevenção contra essas arboviroses no país.

Ao final do ciclo de palestras, os presentes participaram ainda de uma mesa redonda para discussão dos aspectos político-social, vigilância epidemiológica e combate ao vetor, saneamento ambiental e atenção básica, educação e saúde, comunicação e mobilização social no contexto das arboviroses.

Cidoval agradeceu o empenho e a presença de todos no evento e propôs a sociedade civil, profissionais de saúde e gestores políticos presentes no evento, a elaboração de novos mecanismos que possam subsidiar as ações e estratégia no âmbito das políticas públicas para melhorar os aspectos identificados como problemáticos. O evento foi encerrado com um café regional, servido aos participantes do evento, nas instalações do Câmpus VII.

 

Texto e fotos: Tatiany Escarião

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