Projeto de pesquisa do CH desenvolve estudos sobre conflitos e dependências por recursos hídricos
Compreender o processo de conflitos e dependências por recursos hídricos a partir das dinâmicas territoriais, socioeconômicas e socioambientais. Esse foi o propósito que impulsionou a idealização do projeto de pesquisa “Território das águas no Semiárido: conflitos e dependências por recursos hídricos na Bacia hidrográfica do Curimataú entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte – Nordeste do Brasil”. Trata-se de uma iniciativa coordenada pelo professor Belarmino Mariano Neto, com colaboração do professor Leandro Paiva do Monte Rodrigues, ambos do Departamento de Geografia do Centro de Humanidades (CH), Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira.
O projeto, que está entre as 45 propostas de pesquisa da Instituição aprovadas pelo Edital PROPESQ 2017, estabeleceu como objetivo específico, dentre outras prioridades, a análise da bacia hidrográfica do rio Curimataú em territórios paraibano e norteriograndense. De acordo com o professor Belarmino Mariano, a execução das atividades de campo se dará por meio de dez expedições, durante o período de dois anos. “As ações empíricas serão aplicadas em cinco etapas, sendo cada uma delas constituídas por duas expedições aos locais de estudo. Além disso, será realizado um levantamento bibliográfico e uma análise de documentos e imagens”, explicou o professor.
A pesquisa em foco compreende uma nova etapa de estudo, mais aprofundada em comparação ao trabalho científico realizado anteriormente por meio de Edital PIBIC. Segundo o coordenador, o método a ser aplicado é baseado na análise geográfica das dimensões espaço/tempo e sociedade/natureza. “Pretende-se sistematizar eixos de estudo na bacia do rio a partir do alto/nascentes, médio curso e foz do rio Curimataú, com o intuito de diagnosticar as reais condições ambientais da área em questão, considerando sua morfometria e dinâmica fluvial. Dessa forma, será construído um Diagnóstico Socioambiental (DSA) do vale do rio Curimataú e um modelo teórico-metodológico sobre a formação territorial da bacia do Curimataú para a análise geopolítica da água como objeto de disputa e poder”, ressaltou o docente.
Para o professor, o projeto reconhece a importância da relação entre o conhecimento científico e o saber popular, pois possibilita a interação entre pesquisadores, educandos, colaboradores e comunidades. “Acreditamos que muitos trabalhos acadêmicos sobre a bacia, apontando possíveis formas de planejar o espaço estudado, irão ser produzidos por professores e estudantes da graduação em Geografia, bem como da Pós-Graduação Lato Sensu em Geografia e Território: Planejamento Urbano, Rural e Ambiental”, avaliou o professor Belarmino.
Simone Bezerrill/Ascom-CH