Projeto de extensão do Centro de Humanidades utiliza a música para o estudo de conteúdos do Direito

7 de março de 2022

Desenvolver a criatividade dos alunos extensionistas para pensar em novas interpretações de músicas a partir das relações com o Direito, essa é a finalidade do projeto de extensão da Universidade Estadual da Paraíba “Sintonizando – o Direito através da música”, aprovado no Programa de Concessão de Bolsas de Extensão (PROBEX), cota 2022/2023, e desenvolvido no Centro de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado em Guarabira.

O projeto foi idealizado pela professora Kilma Maísa Gondim, a partir de uma conversa com alguns discentes sobre a necessidade que o Câmpus III teria da realização de projetos de extensão e das possibilidades que o campo das artes possui, oferecendo subsídios para reflexão e compreensão do fenômeno jurídico. De acordo com a docente, na medida que o projeto busca estabelecer uma relação entre as letras das músicas com o que se aplica no Direito, respeitando o conceito de cada época, há uma aproximação com um movimento interdisciplinar que pode trazer implicações nos métodos de ensino e na interpretação dos textos jurídicos.

“O Direito e a música fazem parte de um grande movimento chamado Direito e Literatura, que tem como objetivo formar uma nova visão acerca do Direito e do todo que nele está envolvido”, explica a professora Kilma Gondim .

Segundo a coordenadora do projeto, o grande diferencial do “Sintonizando” é que poucos são os projetos de Direito no Brasil que são relacionados à música, o que torna essa iniciativa uma oportunidade para que os estudantes do Câmpus III possam expandir horizontes, conhecer uma nova didática e sair da zona de conforto. “A música é um meio de comunicação e, através dela, os indivíduos costumam transmitir mensagens, emoções, ideias que representam perspectivas jurídicas que podem servir como objeto de análise e de pesquisa. O Direito é algo que está muito além dos manuais. É uma força viva, uma experiência sociocultural e, como tal, se faz presente nas artes”, acrescentou a professor.

A perspectiva do projeto é que a partir das ações realizadas haja uma melhora no raciocínio lógico e na qualidade do discurso. A iniciativa também acompanha uma proposta de interdisciplinaridade, uma vez que busca realizar uma intersecção de conhecimentos de diversas áreas, para visualizar o Direito através de um olhar mais amplo. O estudante do 9º período e extensionista do projeto, Anderson Miller, disse que sua percepção sobre a área mudou de forma expressiva após perceber que a música pode ser relacionada ao curso.

“Quando a gente começa a viajar pelo mundo da música é possível nos identificarmos e até mesmo nos moldarmos. A visão que se tinha antes dessa intersecção entre Direito e música aos poucos vai dando vez e ouvido para uma outra realidade, mais viva, mais realista e até mesmo, em algumas ocasiões, mais utópica. É como se no nosso ouvido as notas fossem se transformando, lentamente, em considerações jurídicas, assim como o processo de formação de uma sinfonia, que começa com o prelúdio e se segue com os movimentos mais avançados, até que, no final, encerra-se, em uma incrível e perfeita sintonia. Isso é o Sintonizando para mim”, avaliou.

Atualmente, participam do projeto de extensão 10 estudantes, todos do curso de Direito. No fim de janeiro foi realizada uma seleção para admissão de alunos extensionistas, com a publicação de Edital de Processo Seletivo. Ao longo do ano serão realizadas oficinas e ações. Todas as atividades são divulgadas pelo Instagram do projeto (@sintonizandodireitomusica).

Texto: Maryana Teles (Estagiária)