Professora de História do Campus III lança livro sobre trajetórias de mulheres perseguidas pela ditadura militar

10 de outubro de 2013

SUSELPUBLICOMediante uma política de esquecimento sobre os traumas deixados pela ditadura militar, que só recentemente vem sendo combatida com as instalações das Comissões da Verdade em todo o país, a professora Susel Oliveira da Rosa, do Departamento de História do Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Guarabira, lançou, nessa quarta-feira (9), no Auditório do Centro de Humanidades, o livro “Mulheres, ditaduras e memórias: ‘não imagine que precise ser triste para ser militante’”.

A obra traz narrativas singulares sobre a trajetória de algumas mulheres que passaram pelos mais variados tipos de tortura física e mental por terem lutado contra os regimes ditatoriais na América Latina. Trata-se de um trabalho de História Oral e um estudo de gênero elaborado a partir de entrevistas e pesquisas realizadas em jornais e cartas escritas na época pelas envolvidas na trama.PUBLICO

“São narrativas que exprimem o dever revolucionário. Busca-se conferir espaços para essas memórias. O tema, além de fundamental para a elaboração do trauma individual e coletivo recente na história do país, refere-se, em especial, à história das mulheres (história muitas vezes relegada ao silêncio). Todas as mulheres que aparecem no livro não estão mais vinculadas a partidos políticos, mas continuam engajadas com as causas sociais e humanitárias”, ressaltou a pesquisadora.

SUSELResultado de três anos de pesquisa, o livro contém 326 páginas e está dividido em três partes. Em cada uma delas são enfatizadas as histórias vivenciadas pelas sobreviventes de uma sociedade onde a ditadura potencializou inúmeras formas de repressão. Presas, torturadas e violentadas, Nilce Cardoso, Danda Prado e Flávia Schilling são mulheres que produziram modos singulares de existência e resistência durante a ditadura militar.

Entrelaçando memória individual e coletiva, o livro também aborda trajetórias de outras mulheres com ímpetos revolucionários: Delsy Gonçalves de Paula, Yara Gouvêa, Cícera e Jacilene, Vera Magalhães, Alda Mabel, Lia Maciel, “Oso Ogui”, “Anônima” e “Toddy”.

A professora Susel Oliveira da Rosa, que é Pós-doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), há alguns anos desenvolve pesquisas sobre a ditadura civil-militar no Brasil. Seu primeiro livro, “A biopolítica e a vida que se pode deixar morrer”, lançado em 2012, trata de histórias de pessoas que morreram sob tortura durante e após o regime ditatorial.

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Ficha Técnica

 

Título: Mulheres, ditaduras e memórias: “não imagine que precise ser triste para ser militante”

Editora: Intermeios/Fapesp – São Paulo

Ano: 2013

Valor: Custa R$ 25,00 (a obra pode ser adquirido na Secretaria do Departamento de História do Campus III).

 

 

Simone Bezerrill/ Ascom-CH