“Por que advogar?”: Centro de Humanidades sedia ciclo de palestras sobre a profissão de advogado

8 de novembro de 2017

Por que advogar? Um incentivo ao estudante”. Esse foi o tema de um ciclo de palestras sediado nessa terça-feira (7), no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira, que teve como objetivo estimular os jovens estudantes do Curso de Direito ao exercício da advocacia. A iniciativa partiu do Núcleo de Apoio ao Estagiário (NAE-OAB/PB), em parceria com o Centro Acadêmico de Direito do Centro de Humanidades (CH).

De acordo com os organizadores, o evento foi idealizado mediante o crescente entusiasmo dos discentes pelos concursos e pela carreira pública, deixando a possibilidade de advogar em segundo plano, pelo fato da prática ser considerada por muitos estudantes como sinônimo de instabilidade financeira e de grande competitividade no mercado de trabalho. Por meio de uma abordagem realista, foram debatidas diversas questões que norteiam a profissão de advogado, com destaque para os pontos positivos e negativos que entrecruzam tal campo de atuação.

A presidente do NAE (OAB-PB), Isabelle Curi, salientou a importância e contribuição do referido núcleo para a inserção dos graduandos no mundo dos estágios, destacando também como o NAE colabora com a vida acadêmica dos estudantes de Direito. Por seu turno, o vice-presidente do CADI, o estudante Yoseph Emanuel Vaz, afirmou que o objetivo do Centro Acadêmico é sempre apoiar iniciativas que contribuam para o enriquecimento da formação dos estudantes do Centro de Humanidades.

No período da manhã, a atividade contou com as experiências e as contribuições do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia; do advogado criminalista José Gouveia Neto; e do chefe adjunto do Departamento de Direito do Centro de Humanidades, professor Agassiz Almeida.

O presidente da OAB-PB iniciou sua fala relatando a satisfação de estar de volta ao Câmpus III, onde lecionou durante dois anos, de 1996 a 1998. Em seguida, discorreu sobre o papel que o advogado deve desempenhar perante os Direitos Humanos, ao debater as noções de liberdade, vida, segurança e dignidade. Sobre a profissão, destacou: “Não é a mais digna ou a mais importante, mas a nós, advogados, é designada uma grande missão, a de dar voz e esperança a quem não tem”.

Por sua vez, José Gouveia Neto, que é ex-aluno da UEPB, relatou sua experiência como advogado e descreveu os caminhos que o levaram a seguir essa carreira. O profissional também fez referência ao contexto histórico de lutas que a OAB vem enfrentando no Brasil e defendeu a necessidade de haver uma desconstrução do paradigma de subordinação da advocacia às demais áreas jurídicas. “O curso de Direito não é apenas um Curso de Ciências Jurídicas, mas, sobretudo, de Ciências Sociais, comprometido com o direito e a dignidade humana”, disse o criminalista.

Já o professor Agassiz Almeida desenvolveu uma abordagem que trouxe para a cena do debate questões relacionadas às normas éticas que regem a profissão de advogado, além de tratar da importância da criatividade no processo de atuação profissional.

No turno da tarde, a programação seguiu com a palestra do advogado e professor Herbert Durães, que destacou alguns desafios a serem enfrentados pela advocacia, bem como apontou aspectos e problemáticas em torno da reforma trabalhista. Para ele, uma das principais dificuldades vivenciadas pelo advogado no exercício da profissão diz respeito à lentidão da justiça.

O evento foi encerrado com a participação do presidente da OAB- Secção Guarabira e professor do Departamento de Direito do CH, Antônio Teotônio, que fez questão de frisar a importância da UEPB na formação de profissionais da área de direito: “Valorizem esta universidade, ela tem plenas condições de preparar para a vida, para o mercado de trabalho. Tem-se aqui uma instituição com grande potencial”.

Simone Bezerrill/Ascom-CH

Fotos: Jarbelle Bezerra