UEPB

Empossada nova direção do Centro de Humanidades para o exercício do biênio 2018/2020

A comunidade acadêmica do Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira, além de representantes do segmento político, da imprensa e de movimentos sociais, prestigiou, nessa quarta-feira (9), a cerimônia de posse da nova direção do Centro de Humanidades (CH). O exercício do biênio 2018/2020 ficará a cargo da professora Ivonildes Fonseca da Silva, do Departamento de Educação, e de sua adjunta, a professora Cléoma Henriques Toscano, lotada no Departamento de Geografia.

Durante a solenidade, que foi presidida pelo reitor Antônio Guedes Rangel Junior, também foram empossados os novos dirigentes dos departamentos e das coordenações de curso do CH, juntamente com seus respectivos adjuntos ou adjuntas. Até o momento, o cargo de diretor de Centro estava sendo ocupado pelo professor Waldeci Ferreira Chagas, do Departamento de História, que permaneceu no posto por dois mandatos consecutivos. Ele destacou que a ocasião não era para despedidas, e sim para agradecer e firmar o compromisso de continuar atuando em prol do fortalecimento político e econômico da UEPB, para que a instituição possa fazer a diferença na vida de outras pessoas que nela ingressarão.

Waldeci chamou atenção para o fato de que o cargo público exige do seu ocupante uma postura de compromisso com a comunidade, em favor de quem deve sempre agir. Sobre o CH, o docente fez questão de frisar que se trata de um centro que compreende a importância de se conferir espaço à diversidade, priorizando valores como tolerância e respeito ao outro, as suas ideias e condutas: “O Centro de Humanidades tem como missão formar profissionais competentes e cidadãos ativos, sem deixar de enfatizar a dimensão humana e ética”.

O ex-diretor relatou, ainda, que as conquistas alcançadas foram frutos de uma mobilização coletiva: “Estar na direção de um centro universitário foi uma experiência enriquecedora. Talvez não tenhamos feito tudo que queríamos, mas buscamos executar tudo que era possível. Agradeço a toda comunidade acadêmica do CH pela acolhida e pela parceria. Meu agradecimento se estende às pró-reitorias, pelo atendimento das demandas solicitadas, e à UEPB, pelas relações formais estabelecidas, fato que demonstra como a instituição zela por uma gestão pautada na transparência, postura que não poderia ser diferente vinda de uma universidade que preza pelos preceitos democráticos, sobretudo em um país onde os cidadãos vivem um retrocesso dos direitos conquistados”.

Ivonildes Fonseca é a quarta mulher a assumir a direção do Centro de Humanidades. Professora ativista, como ela mesma se denomina, a diretora recém-empossada apresenta uma trajetória de vida marcada pelo engajamento em movimentos sociais, sobretudo na defesa dos direitos das mulheres negras. Aliás, um dos primeiros pontos levantados em seu discurso, considerado como um avanço, diz respeito ao fato de que o número de mulheres empossadas na cerimônia supera o de homens. “Do total de mulheres que assumem a partir de agora os departamentos e as coordenações, quatro são negras. Isso é um fato de grande relevância, principalmente no ano que se comemora 130 anos da abolição da escravatura, mas em um período histórico no qual ainda estamos buscando a real libertação”, ressaltou a professora.

A docente agradeceu o incentivo dos demais professores para que concorresse ao cargo. Para ela, a decisão foi se configurando lentamente: “Sou muito intuitiva, e é essa intuição que me guia, que diz quando devo partir para a ação. Nunca tive medo do desafio, porque tenho a certeza de que nunca estarei sozinha. Por outro lado, encarei o chamado como uma oportunidade para intensificar a luta contra o retrógrado processo sociopolítico pelo qual vem passando o Brasil. De tal maneira, escolhi para compor minha chapa de candidatura uma profissional que muito admiro, pela competência e pelo compromisso que demonstra ter. Sou grata a professora Cléoma por ter acreditado em um projeto de gestão que tem como objetivo principal dar prosseguimento ao crescimento da UEPB, no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão”.

A professora Ivonildes Fonseca, que até então era diretora adjunta do CH, também fez uma homenagem ao professor Waldeci Ferreira Chagas, ao declarar que se trata de um profissional muito disciplinado, ético e comprometido com o fazer público. A docente dividiu o tempo de fala com a cofundadora e atual coordenadora da Organização de Mulheres Negras na Paraíba (Bamidelê), a professora do Curso de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Solange Rocha, que também é integrante fundadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiras e Indígenas (NEABI-CCHLA/UFPB).

“Estamos há 130 anos sem escravidão, mas também sem liberdade. Hoje, vivenciamos um momento histórico. Trata-se de um avanço das mulheres negras, atuando na ocupação dos espaços públicos. Entretanto, não estamos nos referindo a qualquer mulher negra, mas a mulheres que fazem a diferença na sociedade, diante de um contexto político cada vez mais conservador, fascista e excludente. A gestão que se inicia representa não apenas o mandato de uma mulher negra, mas a vitória de um projeto de defesa da diversidade, da empatia com o outro, da humanização, como também significava mais um passo em direção à ampliação de nossos direitos enquanto pessoas negras. Mediante tudo isso, registro aqui o apoio do Bamidelê e do NEABI-CCHLA/UFPB à nova diretora do CH”, relatou  Solange Rocha.

Por sua vez, o reitor Rangel Júnior parabenizou os recém-empossados e destacou a importância dos diretores anteriores no crescimento do Centro de Humanidades. “Nenhuma gestão se encerra em si mesma, porque tudo está em movimento, como a natureza e o cosmo. Quando compreendemos isso, passamos a entender melhor nossa temporalidade e nossa pequena capacidade humana de fazer. Nesse sentindo, é necessário ter a coragem de fazer quando for possível, para que posteriormente se aceite melhor o fato de que a ação não realizada foi determinada pela falta de condições. Muita obra executada pode cair no esquecimento ou deixarem de ser notadas, mas quando a obra é essencialmente humana, visando um padrão diferenciado da coisa pública, jamais terminará quando uma dada gestão tiver sido concluída. O grande desafio é saber liderar, mas liderança não é sinônimo da daquele que dá ordens ou tem as melhores propostas. Saber liderar é ter a capacidade de ouvir vozes divergentes, dialogar com a coletividade e intercambiar ideias”, destacou.

Mediante o atual contexto de adversidades e incertezas no campo político, o reitor ressaltou que é fundamental que se preencha o conceito de democracia com conteúdo objetivo, permitindo, na prática, a criação de espaços de debates e o efetivo funcionamento das estruturas coletivas de deliberação. “Muito mais que autoridade, devemos desenvolver nosso sentimento de alteridade, buscando entender o que o outro apresenta como problema. É dessa maneira que temos tentado construir a gestão da UEPB ao longo dos últimos anos, dialogando com as críticas e buscando as soluções mais adequadas para resolver as questões suscitadas. Parabenizo a todos que resolveram encarar esse novo desafio. Desejo que se envolvam em relações respeitosas, ouvindo sempre o outro. Acima das diferenças de cada um, o mais importante é a construção de sínteses, que se forem bem elaboradas, serão dialéticas. Estamos aqui para somar, para fortalecer nossa instituição. Assim, não encarem um não como ponto final. Uma solicitação negada deve vir sempre muito bem justificada, caso contrário cobrem, nunca fiquem parados”, concluiu o reitor.

Além do reitor e das novas diretoras do CH, a mesa de solenidade foi composta pelo professor Waldeci Ferreira Chagas; pelo prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano; e pela presidente da Câmara Municipal de Guarabira, a vereadora Neide de Teotônio. O evento ainda foi prestigiado pela pró-reitora de Ensino Médio, Técnico e Educação a Distância, professora Eliane Moura; pelo representante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABÍ-CCHLA/UFPB), professor José Antônio Novais da Silva; pelo subcomandante do 4° Batalhão de Polícia Militar da Paraíba,  tenente-coronel Josiel Brandão de Melo; e pelos ex-diretores do Campus III, Severina Madalena e Belarmino Mariano Neto.

Departamentos e Coordenações

Para as chefias de departamento, foram empossados os seguintes membros: Direito: Agassiz de Almeida Filho (chefe) e Maria Sônia de Medeiros Santos de Assis (chefe adjunta); Geografia: Leandro Paiva de Monte Rodrigues (chefe) e Carlos Antônio Berlarmino Alves (chefe adjunto); História:  Joedna Reis de Meneses (chefe) e Susel Oliveira da Rosa (chefe adjunto); Letras:  Juarez Nogueira Lins (chefe) e José Vilian Mangueira (chefe adjunto); Educação: Verônica Pessoa da Silva (chefe) e Germana Alves de Menezes (chefe adjunta).

Já para as coordenações de curso, têm-se as seguintes composições: Direito: Jossano Mendes de Amorim (coordenador) e Kilma Maisa de Lima Gondim (coordenadora adjunta); Geografia:  Francisco Fábio Dantas da Costa (coordenador) e Lanusse Salim Rocha Tuma (coordenador adjunto); História: Naiara Ferraz Bandeira Alves (coordenadora) e Edna Maria Nóbrega Araújo (coordenadora adjunta); Letras: William Sampaio Lima de Sousa (coordenador) e Eduardo Henrique Cirilo Valones (coordenador adjunto); Pedagogia:  Luciana Silva do Nascimento (coordenadora) e Mônica de Fátima Guedes de Oliveira (coordenadora adjunta).

 

 

 

 

Simone Bezerrill Cardozo/Ascom-CH

Fotos: Paizinha Lemos