Curso “O golpe de 2016 e o futuro da Democracia” supera expectativas em inscrições e tem início segunda
Uma das funções do espaço acadêmico é permitir que a pluralidade de pensamentos possa ser contemplada em suas mais variadas formas. A missão universitária que oferece atividades além da promoção do ensino, tem nos braços da pesquisa e extensão oportunidades para qualificar a formação dos alunos e ampliar sua prestação de serviço para a sociedade. É com esse viés que o curso de extensão “O golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil” superou todas as expectativas no que diz respeito às inscrições e está pronto para inciar sua abordagem na próxima segunda-feira (19), no Auditório III da Central de Integração Acadêmica, no Câmpus de Campina Grande, a partir das 14h.
Em Campina Grande, que inicialmente ofertou 40 vagas, a organização do curso teve que aumentar esse quantitativo. A turma foi fechada com 132 inscrições, o que confirmou o sucesso da proposta acadêmica. Nos outros câmpus que também oferecerão a atividade o cenário foi o mesmo, com incremento no número dos participantes. No Câmpus III, em Guarabira, as vagas subiram de 80 para 160, enquanto que no Câmpus VII, em Patos, as 80 vagas iniciais foram ampliadas para 100 inscrições. O professor Valmir Pereira, um dos coordenadores do curso, afirmou que esse aumento foi inevitável devido a grande procura não só dos alunos da UEPB, mas também de estudantes e pesquisadores de outras instituições.
“Aqui em Campina Grande, por exemplo, em 24 horas nós preenchemos todas as 40 vagas iniciais. Daí vimos a necessidade de aumentar a quantidade, já que a procura foi muito grande nas cidades de Patos e Guarabira. Esse curso vai oferecer um contraponto a muitas questões importantes que estão acontecendo no Brasil, o que não tem acontecido na grande mídia. E a UEPB tem um papel fundamental nisso, pois está criando condições para que possamos ampliar os estudos e oferecer condições para um debate positivo”, explicou o professor Valmir.
Acerca da participação dos inscritos, Valmir afirmou que o público nos três locais onde o curso será oferecido deve ser formado por pessoas com formação ideológica diferente. Segundo ele, não só procuraram se inscrever estudantes e pesquisadores que têm uma determinada afinidade política partidária, mas também pessoas que querem discutir e buscar formação e informação acerca de um importante fato histórico que está sendo vivenciado no Brasil.
“Devemos reunir vários grupos de pessoas com pensamentos diferentes sobre o tema, como os militantes de grupos políticos, pessoas que estão sempre em busca de aprender, outros que são contrários ao partidarismo e também curiosos que estão em busca de informação. Não propusemos esse curso de extensão para dar voz a um determinado grupo político. Aqueles que dizem isso não querem propor um debate plural, querem reduzir essa proposta a uma ação partidária. Não se trata da defesa de um partido. Não é esse o nosso papel”, acrescentou o professor, confirmando que as aulas do curso em Campina Grande se estenderão até o dia 20 de junho.
No Câmpus de Guarabira, a atividade está programada para começar no dia 4 de abril, no Auditório do Centro de Humanidades (CH). Lá, de acordo com o professor Agassis Almeida, um dos coordenadores do curso, os 160 participantes terão a sua disposição professores que contribuirão com sua visão histórica sobre o tema, mas também apresentarão uma base analítica característica para esse tipo de atividade. “Apenas a posição política não é a base para a nossa proposta. Abordaremos questões relacionadas à Teoria do Golpe, o conceito da Ditadura Romana e muitos outros conteúdos importantes e que possuem um denso material consagrado pela literatura”, disse Agassis.
Em Patos, no Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA), as aulas começam no dia 19 de abril e a iniciativa contará com a participação de outras instituições parceiras como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do ABC (UFABC), que mobilizaram pesquisadores das áreas de História, Ciência Política, Direito, Sociologia, Economia Política, Administração Pública e outras.
“As aulas ministradas no curso se alinham em favor da liberdade, da democracia e da justiça social, sem dispensar o rigor científico ou aderir a qualquer tipo de dogmatismo. A disciplina é facultativa e não integra a grade obrigatória de nenhum curso. No entanto, ele poderá ser contado como extensão ou disciplina eletiva para graduação e pós-graduação”, destacou o professor Cidoval Morais, pró-reitor adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa e coordenador da atividade no Câmpus VII.
Denso embasamento bibliográfico
A proximidade do tempo histórico entre o acontecimento e a oferta do curso de extensão não impediu que as referências bibliográficas fossem amplas em relação às produções de pesquisas científicas. De acordo com o professor Valmir Pereira, nesses dois anos que separam o acontecimento histórico da oferta do curso, são inúmeras as produções já consagradas pela academia e que certamente contribuirão de forma positiva para o desenvolvimento da atividade.
“Ao longo desse período são inúmeras produções que trouxeram sua contribuição para o embasamento científico necessário para um curso como esse. São vários dossiês jornalísticos abordando o golpe e a implementação das políticas neoliberais, livros muito atuais como ‘A Radiografia do Golpe’ e ‘A Elite do Atraso: da escravidão à Lava Jato’, escritos por Jessé Souza; além de publicações consagradas que abordam o golpe de 1964 e a Nova República, o governo João Goulart, democracia e capitalismo, a crise global e a democracia, as eleições de 2014 e tantas outras produções que são fundamentais para o entendimento desse momento que estamos vivendo no Brasil”, explicou Valmir.
Fundamentado nos textos de diferentes autores e no debate acadêmico, “O golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil” tem como premissa abordar os temas com as melhores metodologias para compreensão da realidade brasileira, aprofundando as questões que hoje atentam contra a democracia e os riscos atinentes a um possível Estado autoritário. Em tempo, o curso contribuirá para o desenvolvimento de habilidades e competências referentes à pesquisa, leitura e escrita, tendo como base fontes que difundem as notícias cotidianamente, mas que ao mesmo tempo se diferenciam da grande mídia.
Texto: Givaldo Cavalcanti
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