Comunidade acadêmica prestigia “I Ciclo de Debates sobre História do Trabalho” realizado no Campus III
Professores, estudantes e convidados prestigiaram o “I Ciclo de Debates sobre História do Trabalho” no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira. O evento acadêmico foi encerrado nessa quarta-feira (14), após ter reunido durante três dias pesquisadores de diversas universidades da região Nordeste.
A iniciativa partiu do Núcleo de Documentação Histórica do Centro de Humanidades (NDH-CH/UEPB) e foi concretizada em parceria com o Departamento de História e o Grupo de Pesquisa Trabalho, Cultura e Poder.
O coordenador do evento, o professor Tiago Bernardon, frisou a importância da atividade para os estudantes que objetivam desenvolver projetos de pesquisa a partir de fontes documentais referentes a processos trabalhistas. Ele ainda destacou a participação ativa dos estudantes nos debates.
Docentes do CH e de outras instituições de ensino expuseram suas pesquisas a partir de seis eixos-temáticos: Trabalho na sociedade escravocrata brasileira; Organizações políticas de trabalhadores urbanos; Sindicatos de trabalhadores rurais e luta por direitos no Nordeste brasileiro; Trabalho e saúde; Modernização e tradição na esfera do trabalho na Paraíba; e Lutas sociais em Guarabira: duas biografias.
Todas as tardes, durante os intervalos dos debates, ainda foram exibidos filmes que retratam as discussões em questão: “Eles não usam black-tie”, “Morte e vida Severina” e “O homem que virou suco”.
Saiba mais sobre o núcleo
Vinculado ao Departamento de História, o Núcleo de Documentação Histórica do Centro de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba (NDH-CH/UEPB) encontra-se em processo de institucionalização e estruturação. No momento, dispõe apenas de autos-findos doados pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mediante convênio firmado com a UEPB em agosto de 2011. Tais documentos estão sendo higienizados e organizados pelos integrantes do Grupo de Pesquisa Trabalho, Cultura e Poder.
Os documentos que seriam revertidos à prática de eliminação pelo Tribunal, agora se transformaram em valiosas fontes de pesquisa para o campo da História. A inciativa, pioneira no Estado, segue exemplos de outras universidades brasileiras. Trata-se de um esforço que visa reverter uma lei estabelecida em 1987, que permite o descarte de documentação. Neste sentido, a ideia é tanto preservar os documentos quanto mudar essa política seguida pelos tribunais de justiça de todo o país.
“A proposta do NDH-CH é que venha a se constituir num espaço destinado à organização, conservação e disponibilização à consulta pública de fontes documentais produzidas, principalmente, na região do Brejo paraibano, além de instrumento de apoio à investigação histórica”, explicou o professor Tiago Bernardon, coordenador do núcleo.
Simone Bezerrill / Ascom-CH