Centro de Humanidades promove roda de diálogo para debater situação atual da Mulher Negra no Brasil
Racismo, discriminação, violência e invisibilidade histórica. Essas foram algumas das questões apontadas e discutidas, nesta segunda-feira (25), no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Guarabira, durante a realização da roda de diálogo intitulada “A situação da mulher negra no Brasil atual”. A atividade faz parte de uma programação especial voltada para comemorar o “Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra” e o “Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha”.
O marco mundial da luta contra o racismo e a opressão de gênero foi instituído em 25 de julho, na Republica Dominicana, onde ocorreu o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas. No Brasil, a homenagem à mulher negra se deu com a Lei de número 12.987/2014, tendo como símbolo de combate e resistência a líder quilombola que viveu no atual estado de Mato Grosso no século XVIII, Tereza Benguela.
Segundo a professora Ivonildes Fonseca, uma das organizadoras do evento, a iniciativa permitiu a ampliação do debate proposto para além da sala de aula, ao reunir num mesmo espaço professores e estudantes de diferentes cursos do Centro de Humanidades (CH), sobretudo de Pedagogia. “É fundamental que uma discussão plural como esta aconteça cada vez mais. Assim, cada um poderá expor seu ponto de vista. Temos que fortalecer nossa luta em prol de direitos e cidadania, principalmente mediante a ameaça da extinção de algumas políticas públicas direcionadas à população negra”, disse a docente.
O professor Waldeci Ferreira Chagas, diretor do CH, e as professoras Sheila Gomes, Marta Furtado, Rita de Cássia Cavalcanti da Rocha e Verônica Pessoa também contribuíram com a discussão. Todos alertaram para o fato de que uma nova configuração social só será possível por meio da desconstrução de discursos preconceituosos e machistas, bem como da criação ou mesmo da evidenciação de valores baseados no respeito e na diversidade. Essas ações, de acordo com os referidos docentes, devem ser aplicadas já na educação infantil.
Na sexta-feira (29), a partir das 8h30, no Auditório do CH, a programação prossegue com a palestra da professora Courtney Campbell, da Universidade de Tougaloo, localizada no Mississipi, Estados Unidos. As atividades estão sendo promovidas pelo Departamento de Educação, pelo Coletivo Violeta Formiga, pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do CH (NEABÍ-UEPB-Guarabira), pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal da Paraíba (NEABÍ-UFPB) e pela Organização de Mulheres Negras na Paraíba (Bamidelê).
Simone Bezerrill/Ascom-CH