2ª Semana de História do Centro de Humanidades promove debate sobre Ensino, Democracia e Resistências
Com o tema “Ensino, Democracia e Resistências”, tiveram início, nessa segunda-feira (29), no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira, as atividades acadêmicas referentes à 2ª Semana de História e ao 2º Ciclo de debates sobre História do Trabalho. Trata-se de uma iniciativa cujo objetivo está centrado na reflexão e no levantamento de discussões sobre o ensino de história e o fazer historiográfico mediante os desafios impostos pelo complexo cenário político atual.
A abertura dos encontros contou com as contribuições e experiências da professora Michelly Pereira de Sousa Cordão, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e dos professores Ângelo Emílio da Silva Pessoa e José Jonas Duarte, ambos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Por meio da mesa redonda intitulada “Os desafios dos/as historiadores/as frente à crise política brasileira”, os docentes expuseram questões relacionadas à relevância da História e ao papel do historiador na sociedade.
Todas as reflexões propostas apontaram para o contexto político vigente. Citando o historiador Marc Bloch, o professor Ângelo destacou que a História consiste num esforço intelectual que visa o “conhecer melhor”. Para ele, é preciso serenidade e coragem para enfrentar as adversidades: “Só é possível conseguirmos avanços através da luta”, frisou. Por sua vez, a professora Michelly discorreu sobre a disputa da memória social entre os historiadores e a mídia, além de chamar a atenção de seus pares, com base nos escritos de François Hartog, para que estejam atentos ao tempo histórico do qual fazem parte.
Por outro lado, o professor Jonas sistematizou sua explanação a partir dos seguintes tópicos: a função do historiador, caracterização do capitalismo brasileiro e gestões dos ex-presidentes do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rosseff. O docente ainda abordou algumas razões que teriam condicionado o que ele chamou de golpe, em referência ao momento político vivenciado hoje. “A História é um instrumento que permite ler e se inserir na realidade, sendo fundamental na busca por emancipação de qualquer tipo de exploração”, enfatizou o docente.
Coordenados pelo Centro Acadêmico de História e pelo Núcleo de Documentação Histórica do Centro de Humanidades (NDH-CH), os eventos propõem um espaço de diálogos entre pesquisadores, professores universitários, docentes da Educação Básica e estudantes. A programação, que segue até sexta-feira (2), é composta por mesas redondas, minicursos, grupos de trabalho, lançamentos de livro e apresentações culturais. De acordo com o presidente do CA de História, o estudante Severino Ramos, a meta é contribuir para a socialização dos saberes produzidos a partir de diferentes lugares de fala e atuação.
Simone Bezerrill/Ascom-CH
Fotos: Mirelly Maciel