Campus de Guarabira sedia 1º Simpósio de Gênero, Sexualidade e Educação
Um público composto por professores, estudantes e ativistas prestigiou, nessa quinta-feira (18), no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Guarabira, a abertura do 1º Simpósio de Gênero, Sexualidade e Educação. Aproximadamente 500 pessoas se inscreveram no evento que tem como objetivo principal fortalecer o embate contra qualquer forma de preconceito e opressão social, sob o lema “Resistir, Reexistir e Existir”.
Trata-se de uma iniciativa do Coletivo Violeta Formiga, grupo formado por estudantes de diferentes cursos do Centro de Humanidades que buscaram levar para além da sala de aula e dos encontros semanais o debate sobre as problemáticas que norteiam a realidade daqueles que são historicamente discriminados pela sociedade, tais como mulheres, negros e homossexuais. Para os integrantes do Coletivo, é fundamental a luta pela defesa de direitos e efetivação da cidadania.
“Os válidos conflitos de resistência dos setores minoritários demonstram a intenção de potencializar os discursos que garantam a conquista de espaços igualitários. Objetivamos demonstrar a importância da existência da multiplicidade humana e apontar possibilidades de como a Educação pode lidar com a abordagem proposta”, expressaram os membros do Violeta Formiga.
As atividades foram iniciadas com a mesa redonda “Discursos, Imagens e Representações de Gênero: uma reflexão”, que contou com as contribuições e experiências do pesquisador Fernando Domingos de Aguiar; do professor Carlos Adriano, lotado no Departamento de História do Centro de Humanidades; e da professora do Departamento de Educação, Ivonildes Fonseca, que também é vice-diretora do Campus III.
Fernando apresentou a dissertação que brevemente irá defender sobre as representações da Aids veiculadas pela mídia impressa paraibana nos anos iniciais da década de 1980. Para ele, as dificuldades enfrentadas pelos sujeitos acometidos pelo vírus, diante da ausência de políticas públicas eficientes, contribuíram para a organização de minorias e o reflorescimento de movimentos reivindicatórios por direitos.
Já o docente Carlos Adriano trouxe a personagem do cinema e dos quadrinhos “Arlequina” para debater acerca da representação do feminino, apontando os estereótipos imputados à mulher, como, por exemplo, as características de dominação e submissão ao homem. Por sua vez, após expressar a satisfação de participar do 1º Simpósio de Gênero Sexualidade e Educação, a professora Ivonildes ressaltou a importância da constante mobilização ao citar o tema destacado pelo evento, que é focado na resistência, na desconstrução de padrões normativos e na afirmação de identidades.
“Parabenizo a todos e todas pela iniciativa. Isso nos possibilita cogitar perspectivas de futuro, pois revela o tipo de estudante que estamos formando e os futuros profissionais que teremos. É essencial o entendimento e a conscientização de que as nomenclaturas mulher e homem, assim como os comportamentos que lhe são atribuídos, não são determinadas pela natureza. São construções demarcadas pelo contexto histórico e espaço social. É preciso que haja uma ruptura com o padrão excludente e o reconhecimento à diversidade humana. Para isso, é preciso um processo de mobilização durante toda nossa vida”, concluiu Ivonildes Fonseca, que na ocasião também representou o diretor do CH, professor Waldeci Ferreira Chagas.
A programação se estende até esta sexta-feira (19), com palestras, mesas redondas, apresentações culturais e exposição de fotografias. Clique [wpfilebase tag=fileurl id=190 linktext=aqui /] e confira.
Simone Bezerrill/Ascom-CH