Campus III debate uso de novas tecnologias no ensino de Geografia em workshop interativo
Geodiversidade, territorialidade e o uso das novas tecnologias no ensino de Geografia. Estes foram os principais eixos-temáticos que pautaram o “Workshop geográfico interativo: Globalizando os Saberes e as Práticas no contexto da Sociobiodiversidade”, que foi realizado, nessa terça (27) e quarta-feira (28), no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Guarabira.
Coordenado pelo Centro Acadêmico Milton Santos, com o apoio do Departamento de Geografia, o evento antecipou as comemorações do Dia do Geógrafo, celebrado nesta quinta-feira (29), com uma ampla programação que envolveu uma série de atividades, como palestras, mesas redondas e minicursos, além de apresentações culturais e exposições fotográficas, cartográficas e de espécies de minerais, rochas e fósseis.
O workshop teve início com a conferência do professor Eduardo Rodrigues Viana de Lima, da Universidade Federal da Paraíba, que explanou sobre geoprocessamento, conceito que representa um conjunto de tecnologias que auxiliam na coleta, no processamento e na análise de dados de conteúdo geográfico. De acordo com o docente, as geotecnologias, que engloba, dentre outros, os Sistemas de Informação Geográfica (GIS) e a cartografia digital, são importantes ferramentas no processo de ensino-aprendizagem por contribuírem para estimular o aluno pela busca e construção do conhecimento.
Entretanto, o pesquisador apontou alguns pontos como necessários para que a geotecnologia, que disponibiliza recursos tecnológicos dinâmicos e interativos, seja aplicada nas escolas públicas: “É fundamental um nível considerável de conhecimento de informática por parte dos professores, disponibilização de eficiente rede computacional, material didático adequado e suporte tecnológico”, disse Eduardo.
Experiências e práticas docentes também foram compartilhadas na mesa redonda “As novas Tecnologias da Informação e Comunicação para o Ensino de Geografia”. As professoras do Centro de Humanidades, Patrícia Dornelles Xavier e Juliana Leopoldino Vilar, defenderam a utilização do aparelho celular na sala de aula como instrumento pedagógico que permite ampliar o alcance e a equidade na Educação, bem como otimizar o tempo das aulas e construir novas comunidades de aprendizado.
“A relação Educação e Tecnologia se trata de uma nova realidade que implica em novos valores, métodos de ensino e distribuição do conhecimento. Mas é preciso ficar atento ao fato de que nem sempre a aplicação de uma tecnologia significa a adoção de uma nova metodologia de ensino. As atividades devem ser estuadas e planejadas antes de serem executadas”, salientou a professora Juliana.
Também entre as debatedoras da referida mesa redonda, a professora Rosilene Agapito da Silva Llarena, do Departamento de Educação do CH, trouxe uma abordagem sociocultural do uso das novas tecnologias no ensino a partir da problematização “Sociedade Contemporânea, Sociedade da Informação?”
Já a mesa redonda “Questão Agrária e Novas Territorialidades” contou com a experiência do professor do Departamento de História do Centro de Humanidades, Francisco Fagundes de Paiva Neto, que demonstrou aos estudantes de Geografia a dimensão de possibilidades de pesquisa voltada à área que traz o desafio de se trabalhar com as questões agrárias, envolvendo os movimentos socioterritoriais e os embates da luta pela terra. “Quando se fala na questão agrária, toca-se em um ponto, ainda não resolvido na América Latina, que permite uma infinidade de questionamentos e debates”, disse Fagundes.
Ainda no que diz respeito aos fenômenos de ocupação e disputa territoriais, os pesquisadores Michaell Tolentino e Noemi Paes Freire, discorreram sobre suas pesquisas de mestrado ao debaterem sobre a relação entre programas governamentais e assimilação camponesa, além de temas como agronegócio campesinato, produção, assentamentos e movimentos sociais.
A disseminação da pluralidade do conhecimento científico e de metodologias de pesquisa também se deu a partir das mesas redondas “Cenário Urbano e suas Contradições” e “Questões Ambientais, Geodiversidade e Sustentabilidade”, que contaram com as contribuições dos professores Doralice Sátyro Maia, da Universidade Federal da Paraíba, Sonale Vasconcelos de Sousa, Valéria Raquel Porto de Lima e Lediam Rodrigues Reinaldo, todos da UEPB.
Simone Bezerrill/Ascom-CH