Campus de Guarabira implanta Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas

21 de novembro de 2013

MORGANAAs celebrações em comemoração ao Dia da Consciência Negra prosseguiram nessa quarta-feira (20), no Centro de Humanidades, em Guarabira, durante a realização do 1º Seminário Construindo Metodologias de Ensino com foco na Lei 10.639/03. Um fato importante marcou o último dia do evento: a implantação do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

A criação do NEABI/UEPB-Guarabira contou com a presença da professora Mojana Vargas, representante do NEABI da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela salientou a importância do núcleo na luta pelos direitos e pela melhoria da população negra no Brasil. Além disso, ao enfatizar os 10 anos de criação da lei 10.639/2003, destacou que “a população negra é parte fundamental na formação da sociedade brasileira. Por tal razão, nada mais justo que sua história e cultura sejam transmitidas através do ensino”, disse.

Cerca de 80 universidades brasileiras, de âmbito público e privado, já implantaram o NEABI em suas dependências. O Núcleo tem o propósito de refletir e discutir as temáticas negra e indígena na sociedade brasileira, buscando fomentar estudos, pesquisas e extensão, a partir do desenvolvimento de programas e projetos em diversas áreas do conhecimento humano. Do projeto, fazem parte professores e estudantes que desenvolvem trabalhos a partir do referido eixo-temático.

A criação do NEABI se deu, sobretudo, devido à obrigatoriedade do ensino de História da África e da Cultura Afro-brasileira na Educação básica, imposta pela lei 10.639/2003. “Como as universidades são por excelência espaços de formação de professores (as), elas devem trabalhar com tal temática, e um espaço para isso é o NEABI”, explicou o diretor do CH, professor Waldeci Ferreira Chagas.

Segundo a professora Ivonildes Fonseca, que faz parte da comissão de implantação do NEABI/UEPB-Guarabira, a criação desse núcleo se justifica devido à existência do histórico de uma série de iniciativas de estudantes e professores do Centro de Humanidades na mobilização de atividades acadêmicas, em diversas modalidades, que contemplam o tema que norteia a História dos povos africanos e indígenas.IVONILDES

“Nossa atuação, nesse sentido, teve início em 2002, quando da realização da I Semana de Humanidades do CH, cujo tema foi Educação e Cidadania. Já durante o período de setembro de 2003 a 2004, foi realizado o Curso Sequencial História e Cultura Afro-Brasileira. Em outros eventos realizados no CH, a temática negra e indígena esteve presente, seja através de palestras ou minicursos”, salientou a docente.

A professora Ivonildes Fonseca ressaltou que o NEABI/UEPB-Guarabira terá a missão de  sistematizar, produzir e difundir conhecimentos, saberes e fazeres que contribuam para a promoção da equidade racial e dos Direitos Humanos. “Nossa perspectiva é de que ocorra a superação do racismo e de outras formas de discriminação. Com isso, visamos a ampliação e consolidação da cidadania e dos direitos das populações negras e indígenas no Brasil e, em particular, na Paraíba”, enfatizou a professora.

Para o professor Waldeci, a criação do NEABI no Centro de Humanidades é de suma importância, sobretudo pelo fato de existir no Campus III uma experiência no ensino, na pesquisa e extensão acerca do debate da História da cultura negra e indígena. “A criação do do núcleo em Guarabira só consolidará o CH como um espaço de pesquisa e extensão na área de história e cultura afro-brasileira. Afora isso, estaremos aptos a participar dos editais do MEC voltados para a educação das relações etnicorraciais”, disse.

A comissão Pró-NEABI/UEPB-Guarabira, composta por oito professores, 11 alunos e colaboradores, encaminhará a proposta de criação do núcleo ao Departamento de Educação. Em seguida, será discutida no Conselho de Centro. Depois, passará pela apreciação do Conselho Universitário, para que seja, a partir de então, institucionalizada com a criação de uma resolução.

 

 

Simone Bezerrill/Ascom-CH