5º Seminário de combate ao trabalho escravo trava debate sobre conflitos territoriais e tráfico de pessoas

24 de outubro de 2014

DSC_0219Após três dias de intensos debates através de palestras, mesas redondas e roda de diálogos, foram encerradas, nessa quinta-feira (23), as atividades do 5º Seminário de Combate ao Trabalho Escravo e Degradante, promovido pelo Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM NE) em parceria com o Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira.

Na manhã de ontem, o evento contou com as palestras da professora Fátima Lucena, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e do professor Luciano Nascimento, do Departamento de Ciências Jurídicas do Centro de Humanidades (CH). A discussão travada pelos referidos docentes versou sobre o tema “Tráfico de Pessoas” e se estendeu pelas áreas da Filosofia e do Direito.

O seminário foi encerrado com a palestra do professor Antônio Thomaz Júnior, da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Ele levantou questionamentos e indagações acerca da problemática que envolve os conflitos territoriais e suas implicações para o mundo do trabalho. Também refletiu sobre as condições dos trabalhadores nos canaviais e denunciou o impacto do agrohidronegócio no meio ambiente e na saúde humana.

O docente, que também é coordenador do Centro de Estudos de Geografia do Trabalho (CEGeT), chamou a atenção para o fato de haver uma invisibilidade das situações degradantes nas quais se encontram trabalhadores de diversos setores produtivos no Brasil. Além disso, alertou aos estudantes a importância da pesquisa acadêmica comprometida com as causas sociais. “Se temos uma formação, se queremos seguir no universo acadêmico, temos que saber fazer um bom uso dessa oportunidade. É preciso se inserir na luta pelos direitos”, disse Antônio Thomaz.

 

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Com o tema “Mundo do Trabalho, Tráfico de Pessoas e Migração”, o seminário reuniu professores, estudantes, representantes do Ministério Público, trabalhadores rurais e militantes de movimentos sociais. Segundo Roberto Saraiva, representante do SPM NE, a iniciativa visou estabelecer novas alianças para o fortalecimento da resistência contra a exploração de trabalhadores rurais e conscientizar a sociedade acerca da existência do trabalho escravo e análogo à escravidão no território nacional e, em especial, no estado da Paraíba.

“Buscamos ampliar e divulgar experiências de combate ao trabalho degradante através da articulação com instituições públicas de ensino e Procuradorias do Trabalho. A finalidade é de contribuir para a erradicação dessa problemática e possibilitar assistência aos trabalhadores que tiveram seus direitos violados”, relatou Roberto.

A realização do seminário também contou com o apoio do Centro de Estudos Agrários e do Trabalho (CEAT/UEPB) e do Laboratório de Estudos sobre Espaço, Cultura e Política (LECGEO).

 

 

Simone Bezerrill/Ascom-CH