Terceira edição do Festival de Artes e Participação Social do Campus V debate metas pessoais e desafios sociais
O Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), instalado em João Pessoa, realizou, nos dias 24 e 25 de abril, a terceira edição do Festival de Artes e Participação Social (Farpas), um evento repleto de oficinas, rodas de conversa, exibições de filmes e apresentações culturais que, neste ano, abordou a temática “O Festival dos Sonhos”, como uma maneira de mostrar a possibilidade de realizar metas e alcançar sonhos reais.
Participaram do Farpas integrantes da comunidade acadêmica, alunos do ensino médio da Escola José Lins do Rego e demais interessados. De acordo com o professor Henrique França, idealizador e organizador do evento, a ideia do festival surgiu durante as aulas da disciplina “Informação, Cultura e Sociedade”, que ele ministra para os alunos do 1º período do curso de Arquivologia. “Queríamos abordar questões sociais, econômicas, políticas, culturais e participação cidadã para qualquer profissão, aproveitando também a oportunidade para movimentar o Câmpus. Assim, foi criado o Festival em 2017 e a cada ano tratamos temas diferentes”, disse o professor.
O evento teve até 50 atividades acontecendo no mesmo dia e uma equipe de 40 graduandos de Arquivologia, Biologia e Relações Internacionais trabalhando juntos, além de alguns alunos da Escola José Lins do Rego e ex-alunos da Universidade. Conforme os organizadores, a escolha dos oficineiros e dos mediadores das rodas de conversa foi feita com cuidado para não trazer conclusões extremistas ou preestabelecidas, mas sim o propósito de causar inquietações e lançar vários olhares e perspectivas para que as pessoas pudessem refletir e tirar suas próprias conclusões sobre os temas.
As rodas de conversa deste ano trataram assuntos como drogas, relacionamentos abusivos, racismo, homofobia, machismo, além de ecologia, saúde mental no contexto acadêmico, valorização da mulher, entre outros. “As discussões sobre os temas são fomentadas antes, em reuniões que chamadas ‘Drops Farpas’ e, durante o festival, elas são ampliadas. Especialistas mediam as conversas, mas os debates são estimulados entre os próprios participantes”, explicou Henrique.
Na tarde desta quinta-feira (25), destacaram-se as oficinas de construção de pífano com cano PVC, grafitagem, pandeiro e arte circense, além de uma apresentação cultural com ritmos regionais. Nesta edição, a novidade é que foi agregada a comemoração do Centenário de Jackson do Pandeiro e do Ano Cultural Jackson do Pandeiro na UEPB. O tema tanto foi abordado nas oficinas musicais quanto na de grafite e os participantes puderam ilustrar a entrada da Universidade com um grande painel colorido retratando o artista.
Hebert José Pereira, professor de História e de percussão, ministrou a oficina de pandeiro, inserindo para os alunos do ensino médio um pouco de curiosidades históricas sobre músicos paraibanos. Para ele, eventos como este são uma excelente oportunidade de fazer com que adolescentes e jovens possam se identificar e se entusiasmar com a cultura nordestina e suas próprias raízes, sentindo-se também responsáveis pelo legado desta cultura.
Para Yasmin Pereira da Silva, aluna do 3º período de Arquivologia e uma das coordenadoras do evento, ter a chance de participar da organização traz uma grande experiência pessoal, já que o preparo se inicia com meses de antecedência e os debates estabelecidos também trazem muitos conteúdos sociais interessantes. “É cansativo, mas é muito gratificante. Quando tratamos de temas como a depressão, por exemplo, vemos que há um retorno e uma mudança de perspectiva e compreensão, que afeta positivamente os participantes”, afirmou a estudante.
O Farpas é vinculado ao projeto de extensão “Memória, sociedade e cidadania (MUDDE): reflexão para além dos muros acadêmicos” e “Audiovisualmentes: produzindo e mediando conteúdos educacionais como ferramenta de disseminação social e comunicação pedagógica”, do curso de Arquivologia, e conta com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da UEPB.
Texto e fotos: Giuliana Rodrigues