Mestrado em Relações Internacionais da UEPB promove palestra sobre usurpação do futuro e segurança internacional
O Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) promove, no dia 6 de outubro, às 10h, no auditório Pioneiros, a palestra “Usurpação dos Futuros Como Práticas Securitárias”, que será ministrada pelo professor da UNESP Samuel Alves Soares. Para participar do evento é necessário realizar inscrições previamente por meio de formulário eletrônico (https://forms.gle/7uq9Etbx7P29nzyb9).
Pós-doutor pela Georgetown University, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, Samuel Soares foi presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed), e atualmente é bolsista produtivi-dade 2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pesquisador do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (Gedes) e coordenador do Grupo de Elaboração de Cenários Pros-pectivos.
De acordo com Samuel Soares, durante da palestra serão dialogadas questões sobre como um país como o Brasil, em conjunto com países latino-americanos, africanos e outros do Sul Global podem estabelecer parâmetros minimamente democráticos para configurarem suas formas de emprego de meios de força no campo da Segurança Internacional e da Defesa.
“O campo de estudos sobre a Segurança Internacional diz respeito a uma ética da morte. Tal ética define quem morre, quem vive, como vive, como morre. E, mais ainda, trata de quem toma estas decisões. O argumento central é que as matrizes decisórias sobre a ética da morte estão localizadas em outros lugares, impostas de variadas formas. Das matrizes, escolas, escolhas da Segurança Internacional decorrem políticas, decorrem práticas. Dentre as práticas impostas está a restrição do futuro, a extração do pensar e do sentir alternativos, em que as formas de violência e o uso da força devem ser enquadrar em modelos do Norte Global. A proposição de um único futuro, ou de poucos futuros, é uma prática securitária extremamente violenta. É uma prática de desfuturização. Para definirmos as ações que apontam para o futuro com base em nossa historicidade, com base em outras formas de viver, é preciso decolonizar a Segurança”, resume o pesquisador.
Além da palestra, o pesquisador convidado participará de reuniões no dia 5 de outubro com a coordenação e docentes do PPGRI com o objetivo de dialogar sobre estratégias para fortalecimento e o fortalecimento do Programa.
Texto: Juliana Marques