Livro que é resultado de projeto do CCBSA é distribuído em bibliotecas e escolas públicas de João Pessoa
Iniciado em 2012, o projeto de extensão “Antes que se apague completamente: memória e patrimônio da Revolução de 1817 na Paraíba”, realizado por meio de um convênio estabelecido entre a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e o Ministério da Justiça, encerra suas atividades com a distribuição do livro que reúne o resultado das pesquisas e reflexões realizados ao longo do projeto.
A obra está sendo distribuída em bibliotecas e escolas públicas de João Pessoa, visando atender ao público do ensino médio e demais interessados em exercer a cidadania por meio da preservação do patrimônio cultural. Integram o livro, capítulos sobre a definição de patrimônio cultural, a trajetória do patrimônio no Brasil e na Paraíba, a relação entre patrimônio e identidade, gestores locais, nacionais e internacionais do patrimônio e a descrição do projeto da UEPB.
O projeto contou com a coordenação da professora aposentada do bacharelado em Relações Internacionais da UEPB, Eliete Gurjão, e participação de discentes do curso de RI, responsáveis por diversas atividades de educação patrimonial e restauração das placas em homenagem à Revolução de 1817.
Foi realizada a restauração das placas comemorativas alusivas ao centenário da revolução que ficavam instaladas em pontos do centro histórico de João Pessoa. A iniciativa buscou evitar que as placas que homenageiam os mártires paraibanos de 1817 se apagassem. Postas no ano do centenário da rebelião pelo Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP) e pelo Conselho Estadual de Cultura nos lugares onde foram expostas cabeças e mãos dos líderes locais naquele ano, elas estão, desde junho de 2013, absolutamente legíveis, graças à restauração feita pela arquiteta Piedade Farias e sua equipe.
Dentre as atividades do projeto também foi realizada a restauração de uma fachada em ruína no Varadouro, onde se encontra a placa alusiva a Amaro Gomes Coutinho. As demais estão situadas no Mosteiro de São Bento (local da rendição), na Praça Rio Branco (homenagem a Francisco José da Silveira) e na Igreja de Lourdes (homenagem a Peregrino de Carvalho).
Os resultados do projeto foram apresentados aos gestores locais do patrimônio cultural. A equipe do projeto solicitou, ainda, que as placas restauradas sejam incluídas ao acervo patrimonial. Foram contatados representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), da Coordenadoria do Patrimônio Cultural de João Pessoa (COPAC) e da Empresa Paraibana de Turismo (PBTUR).
Considerando que a preservação do patrimônio cultural não se faz apenas pela restauração de bens e/ou lugares de memória e sim pela consciência de sua importância para a preservação da memória e identidade de um povo, o projeto atuou também no campo da Educação Patrimonial. Neste sentido, foram realizadas pesquisas de campo no entorno da Praça 1817 (trabalhando a memória da Revolução e a identidade paraibana); Estações Patrimoniais (plantões em praças públicas, interagindo e distribuindo material educativo) e palestras em escolas públicas.
A professora Eliete Gurjão, destacou a importância de que, após esse trabalho de restauração, os gestores públicos assegurem a preservação desses marcos na história da cidade e do estado e a população fiscalize e cobre a manutenção deste patrimônio. A docente acrescentou que a perspectiva é que esse trabalho tenha contribuído para uma nova relação entre cidadãos e o patrimônio cultural local.
“Acreditando na força da História e no poder da Educação no processo de formação de uma consciência cidadã, atuamos no sentido de estreitar a relação de parte da população da Paraíba com o seu patrimônio cultural, de ressignificar a memória de 1817, de reconhecer nosso protagonismo na História e fortalecer a autoestima paraibana”, avaliou professora Eliete.