Grupo de estudos do Campus V realiza evento que discute as disputas territoriais e marítimas na região asiática

17 de maio de 2016

Uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, rica em reservas de gás natural, potencial turístico e pesca comercial, a região asiática é fruto de disputas que colocam o local sob tensão constante e repercutem internacionalmente, gerando estudos e pesquisas que buscam entender como ocorrem as relações entre os países localizados nessa região e quais as repercussões no cenário político e econômico internacional. Diante dessa temática, o Grupo de Estudos e Pesquisa em Ásia-Pacífico (GEPAP) do Campus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), promoveu, na manhã desta terça-feira (17), o “Seminário de segurança internacional: disputas territoriais e marítimas na região asiática”.

De acordo com o coordenador do GEPAP, professor Alexandre César Cunha Leite, desde a criação do grupo de estudos, em 2012, uma das temáticas abordadas está relacionada à segurança na região Asiática. “Com o crescimento da China, o Japão voltando a se militarizar, Índia e Rússia também inseridas nesse contexto, todo um complexo de países que não tem um relacionamento muito tranquilo, a questão da segurança ganhou destaque nos últimos anos nessa região. E a partir dessa conjuntura começamos a sentir a necessidade de discutir esse tema com a presença de pesquisadores de outras instituições como forma de ampliar os horizontes dos estudantes e prestigiar os trabalhos que já vem sendo feitos na UEPB com essa temática”, explicou o docente.

O coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco e líder do Grupo de Pesquisa em Estudos Estratégicos e Segurança Internacional, Augusto Wagner Menezes Teixeira Júnior, abordou a perspectiva geopolítica e geoestratégica do sul da China e a crise relacionada à disputa pelo mar.

“Dentro de um processo de expansão chinesa para os mares e encontrando oposição dos Estados Unidos, que é uma potência naval capacitada para fazer um processo de comando do mar dentro daquela região, observamos um constrangimento à expansão chinesa, não apenas em relação aos países da região que detêm águas territoriais naquela área mas, uma indisposição relacionada à estrutura de polaridade do sistema, tendo os Estados unidos como ator maior”, avalia o professor Augusto Wagner.

Para o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (INEST), membro da Associação Brasileira de Estudos de Defesa e doutor em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense, Antônio Henrique Lucena Silva, a discussão ressalta o contexto de um país que teve forte ascensão e segue num novo processo de autoafirmação como potência a partir de investimentos no setor militar, buscando liderar toda a região da Ásia-pacífico, evitando, inclusive, a interferência de potências externas.

“Eu já vinha trabalhando com a China, estudando a indústria de defesa chinesa de uma forma geral e por isso resolvi abordar algumas características do processo de ascensão chinês, a influência disso na disputa territorial da china, o contexto em torno das ilhas Spratly, Paracelso, e como essa postura chinesa tem sido percebida por seus vizinhos”, esclareceu o professor Antônio Henrique.

A mestranda em Relações Internacionais da UEPB, Renally Késsia Paiva Nascimento, que desenvolve a pesquisa “Uma nova peça estratégia? O impacto das ilhas artificiais nas disputas territoriais do sudeste do mar da China”, desde o período da graduação estuda o Sudeste da China e, entre 2014 e 2015, com a notícia de que a China estava construindo ilhas artificiais converteu os estudos para essa vertente, apresentou durante o evento uma discussão relacionada às disputas territoriais, o papel da China no cenário político e o que são ilhas artificiais.