Festival de Artes de Participação Popular é realizado no Campus da UEPB em João Pessoa com mais de 50 atividades gratuitas
Tolerância, respeito, justiça, ética, honestidade, são valores rediscutidos cotidianamente na sociedade da informação e do conhecimento, numa época em que manifestações de preconceito e opressão tornam-se cada vez mais presentes e complexas. Diante dessa realidade, a comissão organizadora da segunda edição do Festival de Artes e Participação Social – FARPAS, idealizou o evento, que teve início nesta quarta-feira (23) e segue nesta quinta-feira, 24 de maio, nos três turnos, no Campus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em João Pessoa.
Com essa perspectiva foram idealizadas mais de 50 atividades voltadas à temática “Equilíbrio entre extremos” como as rodas de conversa “O som da humilhação”, “Por que não falamos sobre suicídio?”, “Por ser mulher”, “Como contribuir com a escola pública brasileira?”, “Intolerância e apatia: como contribuem para a violência?”, “E se a cidade fosse minha”; as oficinas “Danças urbanas/dança de rua”, “Produção audiovisual com dispositivos móveis”, “Tape Art”, “Improvisação em Clown”, “Grafitagem”, “Lettering”, “Fundamentos práticos da fotografia criativa”.
E ainda, as sessões do cineclube com mostra de curtas paraibanos, exibição do “Documentário 174” e do filme “Era o Hotel Cambridge”; exposição de Yasmin Formiga no corredor de acesso às salas de aula; “Feirinha Farpas” no corredor principal do Campus V; Grafitagem de painéis com os artistas Sombra e Thiago Tabaréu na área de vivência do Campus V e estande de livros na Editora da Universidade Estadual da Paraíba no corredor principal de entrada do Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA). Os intervalos do evento contarão com o “Palco Livre”, aberto a apresentações da comunidade e os dois dias de Farpas serão encerrados com apresentações das bandas Digzin, Pau de Dar em Doido, Meiofree, Traça e DJ.
De acordo com o organizador geral do Farpas e docente do curso de Arquivologia, professor Henrique França embora em 2018 o evento tenha adquirido maiores proporções com a ampliação no número de atividades, a proposta permanece a mesma da primeira edição do evento, realizada em 2017, de usar a linguagem das artes para mobilizar jovens estudantes a refletir sobre questões que atingem a sociedade atual.
“Estamos vivendo um momento de incertezas e turbulências no âmbito, político e social do nosso país, e nós não queremos trazer respostas para os problemas que vivenciamos mas, possibilitar pontos de reflexão”, avalia professor Henrique.
O docente acrescenta, ainda, que, diferente da primeira edição do evento, que contou com uma programação eminentemente focada em temas políticos e sociais, em 2018 o Farpas traz discussões comportamentais, como, por exemplo, a roda de conversa sobre suicídio. “Essa foi uma temática que propusemos a partir de uma demanda de jovens que convivemos e, considerando essa necessidade de discussão convidamos especialistas no tema, pessoas que estão apresentando relatos de vida e oportunizando o debate sobre esse tema tão relevante”, explica Henrique.
Para a estudante do 3º período de Arquivologia, Janiere Barbosa, além da experiência incontestável para a formação acadêmica, as discussões empreendidas durante o Farpas representam a realidade vivenciada por muitos jovens e permitem um crescimento pessoal e uma reflexão necessária.
A artista visual e ativista Yasmin Formiga, que foi a responsável por uma campanha contra a letra de uma música que denegria a imagem da mulher e incitava a violência (a música foi retirada de um aplicativo de músicas conhecido mundialmente após o protesto) foi convidada para discutir a temática na roda de debate “O som da humilhação”. “Recentemente abriu-se um debate sobre essa problemática das letras de músicas que incitam o feminicídio e a violência contra a mulher. E, como recentemente eu fiz uma performance que teve bastante repercussão denunciando uma música com esse teor fui convidada pela equipe do Farpas para discutir essas questões e provocar uma reflexão importante”, avaliou.
O Farpas segue com atividades sendo realizadas nos três turnos desta quinta-feira (23), com o apoio dos projetos “Memória, sociedade e cidadania (MUDDE): reflexão para além dos muros acadêmicos”, “Audiovisualmentes: produzindo e mediando conteúdos educacionais como ferramenta de disseminação social e comunicação pedagógica”, Pro-reitoria de Extensão da UEPB, Pro-reitoria de Cultura da UEPB, Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas e Escola Estadual José Lins do Rêgo. Participam da comissão organizadora discentes dos cursos de Arquivologia, Ciências Biológicas e Relações Internacionais da UEPB e do ensino médio da Escola Estadual José Lins do Rêgo.
Texto e fotos: Juliana Marques