Farpas: 6ª edição do Festival de Artes e Participação Social da UEPB é realizada com diversas atividades socioculturais
Da curiosidade de quem quer utilizar a linguagem da dança para se expressar à inquietação que passa a ser externalizada numa roda de conversa, a arte é o mecanismo propulsor das diversas formas de diálogo e reflexão a que se propõe o Festival de Artes e Participação Social (Farpas) que nesta 6ª edição, após o período de pandemia, voltou a ser realizado de forma presencial, nos dias 28 e 29 de setembro, no Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Com o tema “Fome de quê?” o evento contou com oficinas de fotografia, danças urbanas, produção de conteúdo para o Instagram, macramê, graffiti; rodas de conversa sobre a importância do processo eleitoral, do voto, a escravidão na Paraíba; apresentações culturais da Banda Oxalá Trio, Gatunas, Banda Hazamat, Lua Isa, Luizinho Calisto e Traça de Arquivo, dentre outras atividades.
De acordo com o fundador do Farpas, professor Henrique França, esta edição do Farpas é marcada pelo reencontro e pela força dos jovens (de mente, corpo ou coração), que se envolveram nas atividades e partilharam sorrisos, conversas, aprendizados.
“Foi realmente incrível ver cara rosto, partilhar cada música, sentir o sorriso de quem plantou sementes na área da permacultura, produziu e grafitou o próprio stencil na parede, vibrou na oficina de danças urbanas, se emocionou no Cineclube; aprendeu um pouco mais sobre produção de conteúdo para o Instagram, conversou e praticou sobre os nós da vida e os nós do Macramê, brincou e gargalhou na oficina de Clown, curtiu novos ângulos na oficina de fotografia, descobriu a riqueza da produção de fanzines. Também foi lindo ver olhos ligados e ouvidos atentos para dialogar sobre assédio, não-violência, a importância do voto, os desafios do pós-pandemia, o direito à alimentação, o trabalho escravo na Paraíba e o poder da cultura. Finalmente, impagável estarmos juntos para curtir os shows no fim do dia. O Campus V tornou-se um grande circuito de vida e arte pulsantes. O Farpas segue agregando, resistindo e inquietando – pelo diálogo, pelo carinho e pela afeição”, avalia o professor Henrique.
A coordenadora do projeto de extensão “Memória, sociedade e cidadania (MUDDE): reflexões para além dos muros acadêmicos”, ao qual o Farpas é vinculado, professora Suerde Brito, enfatiza a importância das parcerias para a consolidação do Evento. A docente lembra que o apoio da comunidade acadêmica do câmpus V, Escola Orlando Cavalcanti Gomes, da equipe do Programa “Seminário de Saberes Arquivísticos: tecnologia, inovação e práticas (SESA)”, Centro de Estudos Avançados de Políticas Públicas (CEAPPG), Projeto Cineclube Câmpus V, pro-reitorias de Cultura, Extensão, Infraestrutura, Administração e Direção do CCBSA, possibilitaram a realização de um lindo festival que buscou refletir sobre as fomes que precisam ser amenizadas.
Para o estudante de Arquivologia Fellipe Silva, que atuou como um dos monitores do evento, o Farpas ajuda a criar uma identidade ao Câmpus V por meio da arte e da cultura. O graduando em Ciências Sociais pela UFPB e ex-aluno da Escola de Ensino Médio José Lins do Rego, Sales Alves, evidencia a importância do evento para a formação dos estudantes.
“Em 2016 eu iniciei no Projeto Mudde. Em 2017 ocorreu a primeira edição do FARPAS, quando eu participei da organização e planejamento do evento. Da mesma forma ocorreu no ano seguinte. Já em 2019 eu participei como oficineiro de introdução a palhaçaria. E esse ano eu voltei para realizar uma roda de conversa sobre trabalho escravo na Paraíba, junto com o professor Sérgio Barcellos e a discente Mylenna Marques, com os quais participo na pesquisa sobre o enfrentamento do trabalho escravo na Paraíba. Acredito que o Farpas, o MUDDE e o próprio professor Henrique foram fundamentais na minha formação pessoal e acadêmica. Inclusive a escolha do meu curso foi totalmente influenciada pelas vivências no projeto e no Farpas”, lembra Sales.
O Farpas é um evento realizado no Câmpus V da UEPB desde 2017, tendo ocorrido nos três primeiros anos de forma presencial, e em 2020 e 2021 de forma remota, sempre com diversas expressões artísticas, rodas de diálogo e ações com o objetivo de possibilitar debates sobre temas de relevância sociocultural.
Texto e fotos: Juliana Marques