Estudante de Relações Internacionais é selecionada para programa do Unicef de combate à desinformação relacionada à COVID-19

28 de abril de 2020

Após o surgimento da COVID-19 em todo o mundo, as autoridades e a sociedade têm empreendido uma batalha não apenas para combater a doença e seus desdobramentos sociais e econômicos, mas, com o objetivo de superar um fenômeno que a Organização Mundial de Saúde (OMS) define como “infodemia”, que é a realidade de desinformação. Teorias conspiratórias, tratamentos milagrosos, especulações sem fundamentos povoam as redes sociais difundindo inverdades. E com o objetivo de combater esse cenário o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) realizou um processo seletivo de voluntariado para selecionar jovens que devem atuar no combate à desinformação. A estudante do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Laleska Rocha foi selecionada para integrar a missão.

Durante os próximos oito meses a jovem participará de formações sobre as metodologias que serão utilizadas e atuará no compartilhamento de conteúdo seguro. Para Laleska, que está no último período da graduação e atua em trabalhos voluntários, será uma oportunidade não apenas de representar a Paraíba, e seu Estado de origem, o Piauí, mas aumentar essa rede de conhecimento e colher resultados positivos no combate à desinformação.

“Atualmente sou voluntária na Cruz Vermelha Brasileira filial Paraíba e tenho um zelo muito grande por isso, acredito que a mudança que queremos no mundo depende muito do nosso esforço. Eu costumo receber diariamente muitas mensagens de corrente e textos sem pé nem cabeça sobre a doença que tanto aflige as pessoas ultimamente, e na maioria das vezes, por uma informação falsa encaminhada a outras pessoas, retrocedemos nas medidas de segurança recomendadas pela OMS, sobretudo com relação ao isolamento. Então, acho muito importante ter um projeto que alcance todo o país, com vários representantes em cada estado, justamente para aumentar essa rede e fazer com que a informação se espalhe em cada unidade federativa”, avalia a estudante.

Para a professora do curso de Relações Internacionais Andrea Pacífico, a seleção da estudante Laleska Rocha é o resultado do esforço e engajamento da discente que não apenas se dedica a atuar na pesquisa e estudar os conteúdos exigidos em sala de aula mas, desenvolve práticas sociais e de ajuda comunitária buscando proativamente o conhecimento e o crescimento pessoal e profissional.

“Ela é o tipo de estudante que vale a pena a instituição investir, e dá gosto ser professora dela. É minha orientanda de PIBIC [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica], integra o NEPDA [Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre Deslocados], faz atividades de extensão na Cátedra Sérgio Vieira de Melo [vinculada ao NEPDA], como as aulas de português que ministrou nas Aldeias SOS para venezuelanos, e já tem artigos publicados. Ou seja, é uma estudante engajada e nos orgulha poder acompanhar essa trajetória de perto”, declara a professor Andrea.

Sobre o programa da UNICEF

O programa de voluntariado da UNICEF está selecionando adolescentes e jovens entre 16 e 24 anos que irão integrar uma comunidade de pessoas engajadas com os direitos das crianças e adolescentes em todo o País.

“No Brasil, a nossa primeira aposta é enfrentar as fake news com a ajuda de voluntários. A informação baseada em evidência científica tem sido sistematicamente afetada por notícias falsas, principalmente neste momento de emergência de saúde, o que acaba atraindo o engajamento das pessoas pelos motivos errados. Todos perdem com isso, incluindo as crianças e os adolescentes, que acabam tendo seus direitos desprezados”, explica o coordenador do programa de voluntários do UNICEF no Brasil, Rafael Medeiros.

No mundo todo, voluntárias e voluntários estão apoiando suas comunidades com informação e ajuda direta, seguindo normas de segurança. Desde 2018, a Iniciativa Global de Voluntariado tornou-se o canal oficial de engajamento de pessoas com os programas do UNICEF em diversos países. Até o final de 2019, escritórios do UNICEF em mais de 30 países já haviam iniciado seus programas formais de voluntariado.

Texto: Juliana Marques