Dia da mulher será celebrado no Campus V no dia 15 de março com Sarau Poético alusivo à data
A direção do Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) promove no dia 15 de março, às 19h, no auditório Pioneiros, localizado à rua Horácio Trajano de Oliveira, S/N, Cristo, o “Sarau Poético em Homenagem ao dia da Mulher: uma expressão da mais rica cultura do Nordeste”.
Serão apresentadas poesias dos membros da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) em homenagem às mulheres; apresentação de Aboio em Verso com a Poetisa Shyrlaine Brandão; leitura de poesias de novos talentos; lançamentos de livros e de folhetos e venda de folhetos e de xilogravuras.
Na ocasião, será realizada a entrega do troféu Violeta Formiga à cirandeira conhecida como Vó Mera. “A Academia institui esse troféu para reconhecer a visibilidade dessas artistas do povo, enfocando os valores regionais e a diversidade”, esclarece Marconi Araújo, Presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba.
A mestra Vó Mera é símbolo da cultura popular tipicamente paraibana e já foi homenageada no Estado e em outras partes do país, a exemplo da Ordem do Mérito Cultural do extinto Ministério da Cultura, onde ela foi condecorada como Comendadora, como reconhecimento por sua contribuição à cultura brasileira. Domerina Nicolau da Silva nasceu na pequena Alagoinha, no interior da Paraíba, em 1934. Lá, se apaixonou pelo coco de roda. Com a voz afinada e tocando um ganzá, a garota já expressava seu talento e a paixão pela cultura regional. Foi também nessa época em que ela escreveu as suas primeiras cirandas. Atualmente, forma o grupo Vó Mera e seus Netinhos, sendo uma referência cultural no Estado.
Violeta Formiga nasceu em Pombal, Paraíba. Ela viveu apenas 31 anos. Foi assassinada em 21 de agosto de 1982. Segundo depoimentos, Violeta sofria muito com o ciúme doentio do marido, que acabou ele próprio lhe tirando a vida. Violeta Formiga além de poetisa era psicóloga, uma mulher sensível, cuja poesia trazia nitidamente uma grande paixão pela vida, e teve uma forte atuação nas letras paraibanas. Seus poemas são curtos, versos simples, destacando aspectos da vida cotidiana.
Para o crítico literário Hildeberto Barbosa Filho “A poesia de Violeta é rica, lírica, e confessional, mas não resvala para o subjetivismo, é uma poética que se centraliza no emissor no ‘eu- lírico’, com aspectos da vida cotidiana”.
A escritora e artista visual Jandira Lucena escreveu o livro “Uma homenagem a Violeta Formiga e outros escritos”, que estará sendo relançado no sarau da Academia e UEPB no dia 15 de março.
De acordo com a diretora do CCBSA, professora Jacqueline Echeverría Barrancos, o evento, que é aberto ao público, foi pensado para celebrar o dia da mulher através de uma manifestação artística da cultura nordestina que é a poesia de cordel.
Texto: Juliana Marques com colaboração da Tribuna do Vale