Direção do CCBSA é homenageada durante formação destinada a catadores de recicláveis de João Pessoa
A coordenação do projeto de extensão “Mobilização, inclusão e formação de catadores/as de materiais recicláveis da cidade de João Pessoa: uma experiência necessária”, que é vinculado ao Centro de Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e financiado pelo Ministério do Trabalho e pela Secretaria de Economia Solidária do Governo Federal realizou, durante a manhã desta quinta-feira (2), uma homenagem aos gestores do Campus V como reconhecimento ao apoio dos diretores às atividades desempenhadas pelo referido projeto. Na oportunidade o diretor do CCBSA, Francisco Jaime, foi presentado com livros e jogos que abordam a temática da reciclagem e artesanatos produzidos com produtos reciclados.
Após a homenagem foi iniciada a formação destinada aos catadores da cooperativa Acordo Verde. Durante uma semana, de 30 de maio a 7 de junho, um grupo de 400 catadores divididos por turmas, participa de uma formação promovida pelo projeto de extensão da UEPB e ministrada pelo integrante Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República e da Articulação do Movimento Nacional dos Catadores, João Paulo de Jesus. A atividade tem o intuito de fortalecer a participação política dos catadores incrementando a renda, adequando suas atividades às normas de saúde e segurança no trabalho, inserindo-os em políticas sociais, entre outros benefícios.
Regida pelo princípio “de catador para catador”, a formação é fundamentada na experiência e vivência do ministrante. “Nós devemos trabalhar com base no cooperativismo e solidariedade porque é disso que precisamos para melhorar a realidade desses catadores, e é disso que eu venho falar. Eu venho conscientizar sobres os direitos deles, como fortalecer a atuação em cooperativas, enfim, eu falo da minha vivência”, explica João de Jesus.
A coordenadora do projeto, professora Fátima Araújo, destaca a importância dessa formação como uma das diversas iniciativas que buscam promover a melhoria na qualidade de vida dos catadores atendidos. “João Pessoa atualmente possui mais de 2 mil catadores, e 700 destes são atendidos pelo nosso projeto. Contamos com quatro turmas de alfabetização de jovens de adultos, conseguimos incluir alguns catadores em cursos do PRONATEC, estamos auxiliando as cooperativas na construção do plano de negócios, adquirimos um caminhão, prensa, balança e carrinho e, em breve, iremos inaugurar, no bairro de Mandacaru, um centro de apoio aos catadores com equipamentos e espaços adequados para o trabalho deles. Tudo isso nos traz uma grande satisfação de perceber que não só estamos realizando um bom trabalho mas, estamos ajudando a transformar a vida destas pessoas”, avaliou a professora Fátima.
A formação dos catadores ocorre nos turnos da manhã, tarde e noite, nas sedes das cooperativas, entidades parceiras, salões de igreja e no auditório do CCBSA. Após o encerramento das ações, no dia 7 de junho, será realizada uma reunião com lideranças dos grupos dos catadores, coordenação do projeto e alunos extensionistas para avaliar as atividades e realizar os encaminhamentos necessários.
Sobre o projeto
Coordenado pela professora Fátima Araújo o referido projeto é realizado desde 2013 voltado à identificação, sensibilização, mobilização, formação e inclusão em associações e cooperativas de catadores de toda a João Pessoa, desenvolvendo atividades de encubação, assistência técnica e nucleação. A previsão inicial de finalização do projeto era em 2015, porém, devido aos resultados positivos já alcançados a iniciativa foi prorrogada até dezembro de 2016.
“Já contabilizamos a identificação e cadastro de mais de 700 catadores, 30% destes organizados e 70% avulsos. Também realizamos oficinas de reciclagem, intercâmbios com cooperativas da cidade de João Pessoa e Santa Rita, organizamos a participação dos catadores em eventos, montamos a estrutura e articulamos junto a parceiros aulas de alfabetização e letramento, entre outras ações que visam proporcionar melhores condições de trabalho e de vida para a população atendida pelo nosso projeto”, esclarece a professora Fátima Araújo.