Cineclube do Câmpus V promove debate na próxima segunda-feira (15) sobre racismo estrutural e violência policial

10 de junho de 2020

Após uma série de episódios de racismo e violência que evidenciam uma realidade de opressão vivenciada pela população negra mundial cotidianamente, dois episódios, a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, e do menino João Pedro Mattos, no Brasil, ambos tendo policiais como principais acusados dos assassinatos, desencadearam vários protestos pelo Brasil, repercutindo uma grande campanha com atos em todo o mundo intitulada “Black Lives Matter”, ou seja, “Vidas Negras Importam”. Com essa perspectiva, o Cineclube do Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que tem reinventado suas atividades diante da pandemia, realizará, na segunda-feira, 15 de junho, às 17h, um debate com os pesquisadores Deolindo Nunes de Barros, da Unilab, e Vagner Gomes Bijagó da UFAL, sobre a minissérie Olhos Que Condenam e ao filme American Son.

Lançada em 31 de maio de 2019 no catálogo da Netflix a minissérie “Olhos que condenam” dirigida, escrita e pensada por Ava DuVernay,  retrata o caso de cinco jovens que foram injustamente acusados de um estupro no Central Park. A obra é daquelas produções que refletem a importância do entretenimento como incentivador de debates. Nesse sentido, a obra se presta a um debate sobre a invisibilidade dos jovens negros, que historicamente estão entre os que mais morrem e os mais encarcerados do mundo.

Outra produção que discute o racismo estrutural é o filme “American Son” que, para além da história sobre a angústia da maternidade, trata do racismo impregnado em uma sociedade que insiste em minimizar ou negar a existência dele. O longa provoca uma reflexão sobre a necessidade de rompermos com as bolhas sociais formadas no mundo, que geralmente impedem que uma pessoa branca, colocada em uma posição de privilégio apenas pela cor da pele, procure entender uma realidade diferente. Essa falta de empatia ainda produz comentários como “os negros são os mais racistas” ou “os negros se fazem de vítimas”.

Outro aspecto importante destacado em “American Son” é o debate sobre o racismo relacionado à brutalidade policial. É importante dizer que o longa, assim como outras discussões pertinentes do gênero, não questiona a importância e a integridade da instituição como um todo, apenas coloca luz sobre a necessidade de repudiar comportamentos racistas inseridos na sociedade como um todo, inclusive na polícia, mostrando que eles podem perpetuar injustiças e violência.

Os debatedores convidados para discutir as obras são o doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, pós-doutor em Relações Internacionais na UEPB e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Deolindo Nunes de Barros; e o Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Alagoas e docente da UFAL com experiência em estudos de Sociologia do Desenvolvimento, Relações Brasil-África e as Relações Étnico Raciais na Sociedade Brasileira, Vagner Gomes Bijagó. A discussão será mediada

O debate pode ser acompanhado através de sala no Google Meet.

Outras informações: Instagram do Cineclube do Câmpus V

Texto: Juliana Marques