CCBSA forma novos profissionais de Adm. Pública, Arquivologia, Ciências Biológicas e Relações Internacionais
O valor da educação pública e a necessidade de defesa das universidades brasileiras foram elementos que, associados às memórias e declarações de alegria e superação, marcaram os discursos da Colação de Grau do período letivo 2019.1 do Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba, realizada na manhã desta terça-feira, 23 de julho, em João Pessoa. Ao todo, a solenidade formou 42 novos profissionais das áreas de Administração Pública, Arquivologia, Ciências Biológicas e Relações Internacionais. A abertura do evento contou com a execução do Hino Nacional pelos músicos Luizinho Calixto, Edvan Ferreira e Caio César.
A solenidade foi presidida pelo pró-reitor de Graduação, Eli Brandão, que representou o reitor Rangel Junior. Também compuseram a mesa de honra, a Paraninfa Geral das turmas concluintes, professora Maria de Fátima Araújo; a diretora do Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA), professora Jacqueline Echeverría; o representante da Secretaria Estadual de Educação, Túlio Serrano; a secretária-executiva de Economia Solidária do Governo do Estado, Roseane Meira; a representante da Academia Paraibana de Letras, Glória Virgínia; a vereadora de João Pessoa, Sandra Marrocos; a coordenadora do Polo de Educação a Distância da UEPB em João Pessoa, Maria Suely Mesquita; o coordenador do Curso de Arquivologia, professor Henrique França; o coordenador do Curso de Ciências Biológicas, Cleber Salimon e a coordenadora da graduação em Relações Internacionais, Raquel Melo.
A estudante Marini Nascimento de Lima, do Curso de Ciências Biológicas, foi a juramentista da cerimônia. Emocionada, a Oradora Oficial das turmas concluintes, a formanda do Curso de Arquivologia Maria Eduarda Santos, destacou a trajetória de superação dos concluintes, resgatou lembranças da trajetória estudantil e fez votos de sucesso para os demais formandos. “Já dizia Isaac Newton: ‘se vi mais longe foi por estar sobre ombros de gigantes’. Se adaptarmos esse pensamento para nossa realidade, entendo que concluímos a graduação com a contribuição da nossa família, amigos e dos nossos professores. Sem eles nada disso seria possível. Também destaco que não devemos deixar de sonhar e acreditar nos nossos sonhos. Busquemos evoluir intelectualmente, profissionalmente e como seres humanos. E lembremos sempre de valorizar a universidade pública”, destacou Maria Eduarda.
Com formação acadêmica em Serviço Social e uma trajetória pessoal e profissional de militância nas causas sociais, a Paraninfa, professora Maria de Fátima Araújo, fez um discurso permeado por discussões sobre o cenário político, econômico e sociocultural da atualidade. “Ao saírem daqui vocês irão se deparar com a realidade do desemprego, limitação de concursos públicos, inteligência artificial e automação robótica substituindo os humanos no mercado de trabalho, Reforma da Previdência que retira direitos dos trabalhadores, cortes em verbas para a Educação. O cenário que se desenha para o futuro é de dúvidas e incertezas. E o que fazer diante dessa conjuntura nacional e internacional tão conturbada e desse momento em que a humanidade parece ter uma tendência ao desalento? Mesmo diante desse cenário posto é preciso fazer o que vocês fizeram desde que ingressaram no curso: é preciso lutar, persistir e ir à vitória. Sejam a resistência de superação daquilo que prejudica o povo brasileiro, sejam os sujeitos da própria história, os motores das transformações”, destacou.
Em seu discurso, o professor Eli Brandão destacou a importância desse momento para a UEPB e enfatizou a necessidade dos formandos enxergarem a cerimônia como um rito de passagem e um novo ponto de partida. “Vivemos hoje um momento singular não só para os formandos e familiares, mas para a UEPB, porque é uma oportunidade de prestação de contas do nosso trabalho, devolvendo à sociedade profissionais capacitados, cidadãos de várias localidades, classes sociais e culturas. A UEPB e a maior parte de todos que estão aqui hoje, é Paraíba, Nordeste e Brasil com muito orgulho. Não há uma só cidade da Paraíba em que não haja uma pessoa que estuda ou estudou na UEPB, o que reforça a importância da nossa Instituição para a sociedade paraibana”, declarou.
O pró-reitor refletiu sobre o momento desafiador que as universidades e a sociedade brasileira estão vivenciando na atualidade. “É preocupante o cenário que temos visto desde 2014 no nosso país. Vivemos hoje uma das piores crises da nossa história, a situação envolve questões sociais, políticas, jurídicas e econômicas que abalam bases constitucionais e democráticas. Há uma falácia suicida de que é preciso conter gastos públicos e há uma deliberada quantidade de ações destrutivas depreciando o trabalho docente e cortando verbas, o que inviabiliza o funcionamento das universidades. Nesse sentido, destacamos que a universidade pública não está a serviço, como alguns dizem, de partidos políticos, nem de elite econômica, tampouco de interesses de Governo, mas, sim, serve aos interesses da sociedade que a financia. Por tudo isso, considero urgente uma reação da sociedade civil e dos grupos políticos organizados, independente de rótulos partidários, para garantir que a universidade pública sobreviva”, refletiu.
A diretora do CCBSA, professora Jacqueline Echeverría, também destacou a importância da universidade pública gratuita e o valor do conhecimento. “Nesse momento expresso o meu desejo a todos os formandos para que seus espíritos aguerridos sejam de luta por ideais, de uma justiça social e democracia. Não esqueçam a origem da formação de vocês e estejam comprometidos com a defesa da universidade pública. E, a partir de agora aproveitem o presente, vivam intensamente a vida de vocês e desempenhem suas profissões com responsabilidade, probidade e solidez”, declarou.
Após os discursos foram conferidos os graus acadêmicos. Os formandos Abraham Lincoln Costa (Administração Pública), Vitória Gomes de Carvalho (Arquivologia), Damara Freitas Rodrigues (Ciências Biológicas) e Emilly Monteiro Alves (Relações Internacionais), colaram grau representando os demais concluintes. Na oportunidade também foi entregue a “Láurea Acadêmica”, destinada aos estudantes com maior Coeficiente de Rendimento Escolar (CRE) de cada curso, sendo necessária a média mínima de 8,0 para concorrer. Os estudantes Bonaldo Fernando Alves Filho, de Arquivologia, e Eduardo Aparecido Toledo, de Relações Internacionais, foram os agraciados com a homenagem.
Texto: Juliana Marques
Fotos: Paizinha Lemos