CCBSA reúne comunidade acadêmica para discutir questões de gênero em primeiro ciclo de debates
Com o envolvimento de estudantes, professores e pesquisadores dos cursos de graduação da Universidade Estadual da Paraíba e Escola Estadual José Lins do Rêgo, além de integrantes do movimento feminista, foi realizado, nos dias 7 e 8 de março, no Campus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) o primeiro ciclo de debates voltado à temática feminista e de gênero.
O evento foi promovido pelos Centros Acadêmicos de Arquivologia e Relações Internacionais da UEPB, Coletivo Feminista Briggida Lourenço, Grupo de Pesquisa Poder, Cultura e Identidade nas Relações Internacionais, Laboratório Internacional de Investigação em Transjuridicidade, com o objetivo que aproveitar a simbologia em torno do “8 de março” para discutir o feminismo e questões de gênero.
A primeira atividade foi uma rodada de diálogo realizada no dia 7 de março com o tema “O que você já deixou de fazer por ser mulher?”, uma das primeiras atividades do Coletivo Feminista Briggida Lourenço, que recebeu esse nome em homenagem à docente da UEPB assassinada em 2012 num caso que chocou a comunidade acadêmica. De acordo com a estudante Maria Clara Andrade do CA de Relações Internacionais, a atividade foi pensada como uma oportunidade de propiciar uma discussão sobre o feminismo de forma descontraída, tendo como público alvo jovens e adolescentes da Escola Estadual José Lins do Rêgo.
Mesas de discussão
“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, com essas palavras de Simone Beauvoir, a professora Giuliana Dias Vieira deu início à série de mesas de discussão realizada na tarde desta terça-feira (8) com uma contextualização de gênero. Na oportunidade a docente destacou a importância do dia “8 de março” como uma data que “coloca em evidência a mulher e todas as lutas que tem levado à frente buscando a igualdade e o reconhecimento do seu lugar na sociedade”.
A professora Giuliana destacou a importância do feminismo como impulsionador dos debates de gênero, que ganham cada vez mais espaço na atualidade. “Atualmente nós temos uma discussão que é multidisciplinar. Nós ultrapassamos o debate de mulher e estamos atingindo outras parcelas da população que são menos favorecidas e também sofrem problemas de discriminação, violência por questões de gênero, então, um debate como esse, que traz luz a esses temas é enriquecedor e necessário”, avalia a docente.
Segundo a professora Silvia Nogueira que abordou o tema “Gênero e Cultura” e foi uma das responsáveis pela organização da rodada de debates, essa iniciativa reuniu um grupo de pesquisadoras do Campus V que já realizavam estudos relacionados às temáticas feminista e de gênero e tinham o desejo de promover um evento para discutir a temática e um grupo de alunas que queriam aprofundar os estudos nesta área e havia fundado um coletivo feminista recentemente.
Diante de interesses semelhantes, os grupos reuniram-se em torno dessa ação que contemplou as múltiplas abordagens de gênero: “Gênero e violência”, “Gênero e religião”, “Gênero e literatura”, “Espaço para participação feminina”, “Gênero em Timor Leste”, “8 de março como dia das mulheres trans”, “Gênero nas Relações Internacionais” e “Movimentos Sociais Feministas”.
“Após esse primeiro ciclo de debates a ideia é que possamos realizar outros eventos com esse mesmo perfil, buscando debater outros temas como as questões de raça e etnia, migrações, enfim, vamos buscar temas relevantes e atuais e tentar reunir pesquisadores e a sociedade para discutir juntos esses questões”, explicou a professora Silvia Nogueira.