3ª edição do FARPAS tem início nesta quarta-feira (24) no Campus V com diversas atividades e discussões com temáticas sociais
Diante de uma juventude que presencia a violência em seu cotidiano, acompanha a crise ambiental sem precedentes que acomete a humanidade e tem de enfrentar desafios relacionados à consolidação pessoal e profissional, se faz necessário proporcionar o empoderamento e enfrentamento desses problemas por parte desse público que constrói o futuro e não tem a oportunidade de abordar essas situações que seguem influenciando suas vidas e as vidas daqueles que os rodeiam. Com essa perspectiva é que teve início nesta quarta-feira (24) pela manhã a terceira edição do Festival de Artes e Participação Social (FARPAS) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que será realizada até a quinta-feira, 25 de abril, nos turnos da manhã, tarde e noite, no Campus V da UEPB, localizado à Rua Horácio Trajano de Oliveira, S/N, Cristo.
Durante o FARPAS estão sendo realizadas diversas oficinas, rodas de conversa, sessões de conversa e apresentações culturais, relacionadas à temática “FARPAS 2019 – O Festival dos sonhos”, com intuito de suscitar o debate de temas socialmente relevantes. “Escolhemos abordar a questão dos sonhos, não como algo fantasioso ou utópico, mas, como metas a serem alcançadas, desafios sociais a serem superados. Sonhamos com uma educação melhor, então o que fazer para buscar alcançar esse sonho? Temos o desafio do primeiro emprego, desejamos um Brasil melhor. Então nossas atividades serão permeadas por reflexões sobre como atingir esses ideais que buscamos”, explica o coordenador geral do evento, professor Henrique França.
Para o estudante do 5º período do curso de Arquivologia, Lula Marinho, que participa do FARPAS desde a primeira edição, o Festival, que foi pensado, inicialmente, para ser um evento apenas de música, ganhou novos contornos e tornou-se imprescindível por possibilitar uma troca de conhecimentos e a abordagem de questões importantes socialmente. “Quando pensamos em criar o festival queríamos apenas um evento de música, mas, o professor Henrique, com essa visão politizada dele nos propôs uma ampliação dessa ideia e hoje percebemos como foi uma decisão acertada fazer um festival com essa abrangência. Precisávamos de um espaço para desmistificar e informar sobre temas que são tão propagados de forma equivocada e utilizamos esse formato de rodas de conversa, oficinas, que permite que todos participem em igualdade de condições. Inclusive implementamos o ‘palco livre’ para quem tem algum talento mas, não tem coragem de se apresentar ter esse espaço para cantar, declamar poemas, uma forma de desinibir esses jovens, já que muitos precisam deixar a timidez de lado pra enfrentar os desafios da vida”, avalia o discente.
A estudante do 3º ano do ensino médio Milena Kerolin, que atua na comissão de comunicação do evento, também destaca a importância dessa iniciativa para a troca de experiências, e destaca que em tempo de fakenews sendo propagadas cotidianamente nas redes sociais e a desinformação como um problema social que atinge muitos jovens, “espaços como esse são necessários não só para os estudantes da universidade, mas, para jovens do ensino médio”, que, como ela, estão aproveitando essa possibilidade e participando das diversas atividades do FARPAS para aprofundar o conhecimento relacionado à temas tão importantes. Ela acrescenta que atuar como colaboradora do evento a permite, ainda, experimentar numa área em que deseja atuar no futuro profissional: a comunicação.
Integram a programação do evento discussões sobre aquecimento global, sustentabilidade, violência de gênero, racismo, homofobia, machismo, uso de drogas, fakenews, saúde mental. Também estão sendo ofertadas oficinas de pífanos, ukulelê, Tape Art, Danças Urbanas, Cordel, Empreendedorismo Juvenil, Graffitti, Pandeiro, arte circense. O evento conta ainda com sessões de cineclube exibindo os filmes “Onde fazer a próxima invasão”, de Michael Moore, “Salvo Conduto”, de Fernando Carvalho e “Jaguaribe Rio das Onças”, de Marcus Vilar. O encerramento da programação nos dois dias contará com apresentações das bandas “Pau de Dar em Doido”, “Digzin”, “Primavera Blue” e “Caburé”. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.
Sobre o FARPAS
Vinculado ao projeto de extensão “Memória, sociedade e cidadania (MUDDE): reflexão para além dos muros acadêmicos” e “Audiovisualmentes: produzindo e mediando conteúdos educacionais como ferramenta de disseminação social e comunicação pedagógica”, do curso de Arquivologia, o FARPAS reúne a comunidade acadêmica do Campus V da UEPB e Escola Estadual José Lins do Rêgo para discutir e promover uma reflexão sobre temas de relevância social e política da atualidade.
Durante essa edição de 2019 também haverá ações relacionadas ao “Ano Cultural Jackson do Pandeiro”, instituído pelo Conselho Universitário da UEPB como forma de lembrar o centenário de nascimento do artista paraibano.
Texto e fotos: Juliana Marques