2º Workshop de Estudos Linguísticos em língua espanhola para brasileiros é realizado no Campus V da UEPB
Palestras, minicursos, mesas de diálogo, foram realizadas nos dias 30 e 31 de outubro, no Campus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) durante o “2º Workshop de Estudos Linguísticos em língua espanhola para brasileiros”. O evento contou com a participação de estudantes e e docentes de Espanhol e Letras da UEPB, UFPB e outras instituições de estados vizinhos.
A mesa de abertura do evento contou com a participação da diretora do Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA), professora Jacqueline Echeverría Barrancos; as fundadora e ex-coordenadoras do Núcleo de Línguas do Campus V, professora Mônica Santana e Lenira Madruga, e a atual coordenadora do referido setor, professora Eneida Gurgel.
Na oportunidade, a professora Jacqueline Barrancos destacou a importância do Núcleo de Línguas para o Campus V e no atendimento à demanda da comunidade. As fundadoras e ex-coordenadoras Lenira Madruga e Mônica Santana, destacaram as conquistas desses 11 anos de atuação do Núcleo. “Agora observamos os legados deixados após anos de dedicação e trabalho de um grupo de professores que fundou o Núcleo de Línguas do Campus V. Temos uma boa estrutura, um material atualizado, conforto para nossos alunos e professores, um corpo docente qualificado, e acredito que só temos a crescer”, enfatizou professora Mônica.
A atual coordenadora do Núcleo corroborou com as falas dos demais participantes da mesa enaltecendo a importância do setor, que atualmente atende mais de 500 alunos, e evidenciou o trabalho desempenhado pelos docentes de língua espanhola na segunda edição do Workshop de Estudos Linguísticos em língua espanhola para brasileiros.
Durante a conferência de abertura do evento, intitulada “Reflexões Criticas com relação à formação de professores de espanhol no Brasil e seu potencial mercado laboral: licenciaturas, cursos de idiomas, espanhol para fins específicos”, o professor da Universidade Federal de Pernambuco José Alberto Miranda Poza, apresentou uma reflexão a respeito das políticas públicas voltadas à inserção da língua espanhola nos currículos da educação básica e a importância do aprendizado de um segundo idioma como um elemento de emancipação do sujeito.
“No Brasil, o ensino de idiomas é concebido como algo voltado à elite. Por outro lado, as políticas públicas e legislações (como a lei 11.161 de 2005), não oferecem condições de formar estudantes com uma boa base de outros idiomas, visto que 1 hora por semana é insuficiente. Falta estrutura, o número de professores ainda é limitado, e a carga horária obrigatória deveria ser equivalente a áreas como a matemática e ciências, por exemplo. É preciso que haja mais investimentos, planejamento e valorização do ensino de idiomas, para que se torne acessível a todos e possamos ter sujeitos com condições de ler o mundo e ultrapassar suas fronteiras”, explicou o palestrante.
O evento contou ainda com os minicursos: “Dificuldades no ensino/aprendizagem dos verbos em espanhol como Língua Estrangeira na perspectiva da análise contrativa”, ministrado pela professora Eneida Gurgel; “Aprendendo Espanhol através da música: Superando dificuldades lexicais nas aulas de ELE”, tendo como ministrante a professora Kariny Dias de Oliveira; “Os choques Culturais nas aulas de ELE”, com a professora Aline Farias; “Análise de erros, análise contrativa e interlingua: da teoria à prática”, ministrado pelo professor Secundino Vigón Arto; “Dificuldades de Leitura em ELA: Considerações sobre o letramento critico”, tendo como ministrante o professor Allyson Nascimento.
Também foi realizada nesta terça-feira (31), pela manhã, a mesa de diálogo “Língua espanhola e as discussões em cursos de idioma e em cursos de Letras e de Relações Internacionais”, ministrada pela professora da UFPB, Ana Berenice Peres Martorelli, o professor da UFCG, Idelso Espinosa e a docente do IFPB Tatiana Castedo. Na sequência foi realizada a palestra “Variação linguística”, com a professora da UFPB, Marcela Bown. Durante a discussão, a professora Marcela Bown abordou as inquietações dos professores de espanhol relacionadas ao ensino da língua e às características do idioma falado na Espanha e na América. “É preciso que se considere a cultura, as características sociais, para que o ensino da língua esteja inserido num contexto. Porque se analisarmos a sintaxe, semântica, morfologia, todos esses elementos se modificam se analisarmos o espanhol falado em cuba, México, Chile, Espanha, Argentina entre outros países. É necessário entender essa conjuntura”, explicou a docente.