Projeto de extensão desenvolvido no Câmpus II ajuda produtores a combater pragas em bananeiras

30 de outubro de 2017

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Um projeto de extensão desenvolvido no Centro de Ciências Agrárias Ambientais (CCAA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Lagoa Seca, pretende auxiliar os agricultores a aturarem no controle de uma praga que tem atacado a cultura da bananeira na região. Coordenado pelo professor Suenildo Jósemo Costa Oliveira, do Departamento de Agroecologia e Agropecuária do Câmpus II, o projeto tem como objetivo fazer práticas de controle do Moleque da Bananeira (cosmopolites sordidus) junto aos agricultores.

Intitulado “Diagnóstico e controle agroecológico do cosmopolites sordidus germar em pomares de banana em Lagoa Seca”, o projeto nasceu após um professor e estudantes do Departamento de Agroecologia identificarem que a praga estava ameaçando os pomares de bananeiras do Câmpus II e da região. Além do professor Suenildo, dois estudantes atuam no projeto.

Para desenvolver a ação de extensão foi preciso observar e estudar o índice de cosmopolites sordidus infestando os pomares. Alunos do CCAA residentes no município relataram casos da presença dessa praga em pomares da região. Segundo o professor Suenildo, essa praga pode comprometer a cultura das bananeiras e afetar a economia local. A primeira ação do projeto será uma visita técnica aos agricultores da localidade “Amaragi”, onde se concentram os maiores pomares de banana de Lagoa Seca.

Professor Suenildo fez recentemente uma visita ao Sindicato dos Produtores Rurais de Lagoa Seca, onde detalhou o projeto. O Sindicato apresentou uma lista com o nome de oito produtores que vêm sofrendo com os ataques do “moleque” em seus plantios de bananeiras. “Vamos visitar alguns produtores e mostrar como é possível controlar essa praga diminuindo a sua infestação na região”, relatou, acrescentando que a proposta da UEPB é buscar alternativas agroecológicas para suprimir a infestação do cosmopolites sordidus nos pomares da região. Os bananicultores têm os pomares como fonte de renda e necessitam de conhecimentos sobre o controle do cosmopolites sordidus de forma sustentável, ou seja, sem o uso de produtos nocivos ao meio ambiente.

O projeto de extensão tem uma relevância social, econômica e ambiental por tornar a UEPB visível aos agricultores e eles saberem que podem contar com a Instituição para solucionar os problemas fitossanitários de suas culturas agrícolas. Futuramente, os agricultores farão visitas ao Câmpus, onde buscarão informações técnicas que ajudarão no combate da praga. O horário de atendimento à comunidade será controlado e organizado. “Como temos discentes atuando, e devido à carga de trabalho ser alta, optamos por fazer encontros semestrais com os agricultores, em um dia apenas e em horário da manhã. Lembrando que os agricultores quase sempre têm sua agenda de tarefas em suas propriedades bastante cheias”, explicou o professor.

Ao destacar a importância do projeto, o bolsista Alexandre Eugênio da Silva, graduando do Bacharelado em Agroecologia no CCAA, frisa que a iniciativa é de suma importância, pois possibilita aos estudantes colocarem em prática todo conhecimento adquirido, através da literatura de como diagnosticar para posteriormente fazer o controle utilizando bases agroecológicas do artrópode cosmopolites sordidus. “Pude descobrir técnicas alternativas de controle e com isso transmitir o conhecimento adquirido para os agricultores, tornando a cultura da banana livre desta praga, prolongando a vida útil do pomar”, destacou.

Já o voluntário do projeto, Ângelo Túlio de Araújo Maia, também graduando do Bacharelado em Agroecologia, colocou que, como voluntário do projeto, entende que a iniciativa vem agregar conhecimento e possibilitar o entrosamento com os agricultores de Lagoa Seca, o que aumenta não só o conhecimento teórico, bem como o prático, uma vez que o agroecólogo necessita desta interação para poder compreender melhor os agricultores com suas reais necessidades. “Este projeto vem auxiliar o agricultor a controlar o ‘moleque da bananeira’ de forma que não haja a necessidade de obtenção de nenhum material adquirido externamente, o que facilita o controle, através do agricultor”, frisou.

Com relação aos impactos da ação de extensão na comunidade, Suenildo Jósemo avaliou que “é sempre gratificante ver que os conhecimentos técnicos passados ao público-alvo são bem aceitos e que o envolvimento por parte da comunidade e dos alunos é altamente positivo. A receptividade é um fator preponderante na avaliação de nossa equipe e sempre estamos revendo os prós e contras de nossas ações para, assim, buscarmos um aperfeiçoamento na transmissão de técnicas agronômicas”.

No Brasil a banana é o principal produto frutífero, correspondendo a 21,9 % do total nacional. O Nordeste destaca-se como a principal região produtora de banana do país, contribuindo com aproximadamente 41,2% da área cultivada. A Paraíba é o quarto produtor de banana da região Nordeste, sendo que a microrregião do Brejo (Alagoa Grande, Alagoa Nova, Areia, Bananeiras, Borborema, Matinhas, Pilões e Serraria) contribui com aproximadamente 67,4% da produção estadual.

 

Texto: Severino Lopes
Fotos: Divulgação

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