Depois de semestres com atividades presenciais suspensas, aos poucos a rotina acadêmica vai retornando à normalidade. Nesta sexta-feira (29) o Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), pôde realizar novamente a cerimônia de Colação de Grau com a participação, de forma presencial, de parte dos discentes, docentes e técnicos administrativos da Instituição. O evento, que colocou a disposição do mercado profissionais da área de Arquivologia, Ciências Biológicas Relações Internacionais, Administração Pública e Geografia, foi transmitido pelo canal da Rede UEPB no YouTube.
Compuseram a mesa de honra da solenidade, a vice-reitora, professora Ivonildes Fonseca; o pró-reitor de Graduação, professor Eli Brandão; o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Francisco Jaime Bezerra Mendonça Júnior; o diretor do CCBSA, professor Cleber Salimon; a coordenadora do curso de Arquivologia, professora Eliete Correia dos Santos; a coordenadora do bacharelado de Ciências Biológicas, Brigida Lucena; o coordenador adjunto de Relações Internacionais, professor Carlos Enrique Ruiz; e a coordenadora do polo de Educação a Distância de João Pessoa, professora Maria Suely Mesquita. O orador oficial, o formando do bacharelado em Ciências Biológicas, Gabriel Douglas da Silva, fez um discurso emocionado, enfatizando a superação vivenciada pelos concluintes que tiveram que finalizar os cursos em meio a uma pandemia.
“Hoje é um dia especial para todos nós. Um dia de lembranças e também de despedidas. Embora cada um de nós tenham vidas diferentes e tracem caminhos distintos, nós, estudantes, compartilhamos histórias, dificuldades, problemas, fracassos e superações. Passamos por muita coisa, mas, tudo valeu a pena porque cada um de nós tem o mesmo objetivo: o de finalizar de vez esse ciclo que começamos há alguns anos. Estes dois últimos anos não foram fáceis pra ninguém, isso é fato. Enfrentar uma pandemia e ter que se isolar por meses teve um peso muito grande. Foram anos de muitas dificuldades, que nos desmotivaram, que nos fizeram querer desistir, mas, felizmente tínhamos pessoas para nos motivar a seguir em frente e finalizar essa jornada. A partir desse momento, cada um de nós seguirá uma direção e traçará a sua trajetória profissional. Desejo a todos um caminho vitorioso cheio de conquistas e de superação de limites”, concluiu Gabriel.
Em sua fala, a vice-reitora, professora Ivonildes Fonseca, saudou as pessoas que estavam no evento e parabenizou a turma de concluintes e famílias pela conquista do grau acadêmico. A docente utilizou da música “Novo Tempo”, de Ivan Lins para lembrar as dificuldades superadas ao longo dos últimos anos e trouxe uma mensagem de fraternidade e esperança.
“Se fôssemos avaliar o percurso dessa turma de concluintes que hoje estão aqui nesta cerimônia utilizando palavras, certamente seriam mencionados termos como alegria, satisfação, dor, medo, incerteza, desânimo, esperança. Foi um percurso desafiador, mas, sobretudo com relação à pandemia, estamos vencendo graças à ciência e à adesão das pessoas à vacinação. Saibam que sempre existirão percalços no caminho, mas, precisamos ter esperança em ciclos melhores, e entender que, diante das dificuldades, a única solução é a união, a fraternidade”, declara a professora Ivonildes.
O professor Eli Brandão, fez um balanço das ações realizadas durante a pandemia, enalteceu o trabalho das universidades e centros de pesquisa para o enfrentamento ao vírus da covid-19 e também transmitiu um recado marcado pela esperança. O docente destacou, ainda, que as colações de grau realizadas recentemente não contaram com paraninfos porque as homenageadas foram dedicadas, exclusivamente, às vítimas de covid-19.
“Esses tempos que estamos vivendo me lembram o poema ‘A Odisséia’, de Homero. Tal qual Ulisses, que depois de passar dez anos na Guerra de Troia leva 17 anos para voltar pra casa, nós somos testemunhas de uma realidade trágica da pandemia e estamos trilhando esse percurso de superação deste panorama. E, nesse sentido, eu destaco que, não fosse o serviço pública e a pesquisa que desenvolvemos, não seria possível superar esse panorama. Precisamos defender a ciência como um processo civilizatório que nos trouxe até aqui. E todos nós somos agentes de mudança e temos um compromisso, não podemos nos tornar apáticos diante daqueles que querem transformar a estupidez em virtude, que disseminam o ódio, a miséria, a destruição do meio ambiente. Precisamos ter esperança, no sentido propagado por Paulo Freire, relacionada ao verbo esperançar, ou seja, que nos faça ir adiante. Segundo Santo Agostinho ‘a esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las’, é preciso tê-las como horizonte ao longo das nossas vidas”, declara o pró-reitor de Graduação Eli Brandão.
O diretor do CCBSA, professor Cléber Salimon, também trouxe conselhos para a turma de concluintes. “Abram os olhos, saiam das mídias sociais e aproveitem a vida. Esse ano será de transição política, precisamos optar pela democracia se quisermos sair dessa depressão que o país vivencia. Espero que esse ciclo político se feche e todos nós temos responsabilidade quanto a isso. Sigam em frente com vontade de viver. A UEPB não deu asas, vocês já as tinham, mas aqui aprenderam a voar, voem alto”, conclui.
A juramentista da turma de concluintes foi a formanda do curso de Arquivologia Rebeca Kelly Lima Vieira. E a formanda do curso de Arquivologia, Renatha Alves de Lima, recebeu o grau acadêmico em nome dos demais formandos concedido pela coordenadora do curso de Arquivologia Eliete Correia dos Santos.
Texto: Juliana Marques
Fotos: Paizinha Lemos