A extensão universitária é um dos pilares do ensino superior e possibilita que o conhecimento adquirido na universidade seja compartilhado com a sociedade. Com esse propósito, o projeto de extensão “Humaniza – Educação em direitos humanos para o ensino médio da rede pública na Paraíba”, que faz parte do “Resista – Grupo de Educação em Direitos Humanos no Sul Global” e é executado pelo curso de Relações Internacionais do Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), se apresenta como uma ponte entre a Universidade e a sociedade ao proporcionar troca de ideias e experiências sobre Direitos Humanos com professores e estudantes da UEPB e do Ensino Médio da rede pública do Estado.
O objetivo do “Humaniza” é realizar círculos de diálogos temáticos, oficinas com os estudantes e atividades em diferentes linguagens para discutir os temas relacionados aos Direitos Humanos, de acordo com as realidades dos próprios alunos. No ano passado foram realizadas oficinas de fotografia, Canva e fazer literário, além de performances, música, teatro, entre outras atividades que tiveram como temas periferia, educação como prática da liberdade, o bairro e o ambiente escolar.
O Projeto, aprovado na cota PROBEX 2022/2023, vem sendo realizado junto aos discentes da Escola Estadual Professor Orlando Cavalcanti Gomes, localizada no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa. Por conta da pandemia da covid-19, com as aulas e atividades presenciais suspensas, todas as ações foram realizadas de forma virtual, através de videoconferência, com diversos recursos como vídeos, músicas, presença de convidados, como artistas locais da periferia e leitura performática de trechos literários que fizessem menção ao tópico de cada encontro. A partir de abril de 2022, as atividades serão realizadas de forma presencial.
De acordo com a professora de Relações Internacionais e coordenadora do projeto, Raquel Melo, o “Humaniza” busca “contribuir com o empoderamento dos jovens da periferia, estimulando o seu protagonismo social. Dessa forma, espera-se potencializar o pensamento crítico emancipatório. Uma educação crítica é importante para compreendermos os processos históricos que geraram as relações de poder, convertendo-se, assim, num potente instrumento de transformação social e de luta por uma sociedade mais justa e em que os direitos humanos sejam o produto da reivindicação e da resistência”, explica.
Já a professora de Artes e coordenadora do grupo de teatro da Escola Professor Orlando Cavalcanti Gomes, Lygia Maia, ressalta a importância da parceria da UEPB com a escola. “A parceria de uma escola de Educação Básica pública com uma Universidade, como a UEPB, uma Universidade que fisicamente está perto, mas para os alunos, talvez, para alçar voos maiores exista uma grande dificuldade, tem uma importância gigantesca. Ao aproximar esses elos é afunilar os processos e entender que é possível sim a gente intervir na nossa sociedade, na nossa realidade. Para que os estudantes realmente possam se tornar agentes críticos, transformadores e sujeitos que alterem a própria vida, a vida de quem está ao redor deles”, avalia.
Para os estudantes que queiram participar do projeto, o “Resista” abre inscrições anuais para alunos do Câmpus V que querem participar do grupo e dos seus projetos. O projeto tem planos de iniciar o processo seletivo deste ano ainda neste mês de março. Outras informações: www.resistaedh.org.
Texto: Bruna Barbosa (Estagiária)