Sustentabilidade, respeito e cuidado com o meio ambiente, educação ambiental, incentivo a arborização e preservação das áreas verdes, além da relação harmoniosa entre o homem e a natureza. Com esse olhar diferenciado para as questões ambientais, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por meio do Jardim Botânico, realizou nesta sexta-feira (6) o primeiro Encontro Estadual de Educação Ambiental Sobre o Verde Urbano.
O evento, realizado no auditório da Federação da Indústria do Estado da Paraíba (FIEP), em Campina Grande, reuniu renomados especialistas na área do Brasil, que abordaram em suas palestras as estratégias de utilização da Educação Ambiental em defesa do verde urbano, buscando dialogar com a sociedade para construir juntos um futuro saudável e sustentável para nossas cidades. Cerca de 250 pessoas entre estudantes, professores e gestores ambientais participaram do evento. Em todas as palestras, os especialistas enfatizaram para a importância da preservação do meio ambiente no enfrentamento das alterações climáticas.
O Encontro foi aberto pelo gestor Ambiental e servidor da UEPB, Arnaldo Bezerra de Menezes, que deu as boas vindas aos participantes e destacou o papel do Jardim Botânico da Instituição na promoção de ações para favorecer a Educação Ambiental e o verde urbano. Em sua fala, Arnaldo lembrou que a preservação tem apresentado bons resultados, visto que o verde é responsável por promover o bem-estar das pessoas, além de permitir ao planeta respirar um ar mais saudável.
Representante da reitora da UEPB, Célia Regina Diniz, no evento, a professora e engenheira ambiental Weruska Brasileiro, considerou extremamente oportuno o tema escolhido para ser aprofundado no encontro. Com inúmeros projetos na área, a professora enfatizou que o mundo atravessa um momento crítico com mutos problemas ambientais devido às mudanças climáticas, e nesse sentido, o verde urbano visa reduzir os danos causados pela degradação ambiental.
“Daí a importância de um evento como esse, de trazer os estudantes para se tornarem multiplicadores dessa conscientização ambiental”, destacou. Para ela, a Educação Ambiental é a base de tudo, e sem ela a natureza continuará sofrendo os efeitos da mão depredadora do homem. “Porque da forma que nós estamos utilizando o planeta, explorando de forma que a natureza não tenha o espaço suficiente para se recuperar, as futuras gerações poderão sofrer drasticamente”, observou.
A primeira palestra do evento foi “Biofilia: uma abordagem necessária na Educação Ambiental”, ministrada pela arquiteta Zenaide Nunes Magalhães, presidente da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB). A especialista procurou mostrar os efeitos da relação do homem com a natureza durante sua fala. Devido ao avanço das grandes cidades, com a construção de prédios e ocupação das áreas verdes, ela mostrou como o homem interferiu no meio ambiente e contribuiu para o aquecimento global. Zenaide Nunes Magalhães também mostrou as inúmeras iniciativas que mantém florestas preservadas e até projetos desenvolvidos em grandes centros, que garantem a presença do verde em meio crescimento urbano.
“Por isso que é muito importante discutir a Educação Ambiental em uma cidade como Campina Grande, que está crescendo e se desenvolvendo cada dia mais. Então, precisamos trabalhar a questão da relação dos espaços construídos com as áreas verdes. Mas, principalmente, precisamos conscientizar a população da importância do verde urbano dentro das cidades”, destacou. Em sua palestra ela ainda afirmou que o ser humano tem uma necessidade genética de estar em contato com a natureza. A arquiteta e ambientalista observou que a ausência da relação do homem com a natureza causa doença, estresse, depressão e ansiedade.
O Encontro também contou com a participação do paisagista Sérgio Chaves, presidente da Associação Brasileira de Arborização Urbana (SBAU). Em sua fala, Sérgio Chaves enfatizou que a UEPB, por meio do Jardim Botânico, tem contribuído para o processo de arborização de Campina Grande. Ele observou que as questões ambientais ainda são problemas graves a serem discutidos, o que exige uma consciência dos gestores no sentido de perceber que arborização é investimento. “Nós temos percebido que as cidades estão avançando com pesquisa, ciência e tecnologia. Por isso foi importante trazer esse debate para este encontro em Campina Grande, para mostrar as atividades que estão sendo feitas pelo Brasil”, destacou.
Uma das experiências bem-sucedidas no trabalho de conscientização ambiental e arborização urbana, desenvolvida no Brasil, foi apresentada no evento pela bióloga Ketleen Grala, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) localizada em Bagé (RS). Ela foi responsável pela palestra “Arborização Urbana, Cidadania e Sustentabilidade: inclusão social e uso de tecnologias como ferramentas para a Educação Ambiental”. “Nesse trabalho, nós abordamos as questões de cidadania e sustentabilidade. Nós temos um programa em rede, e nele nós mobilizamos toda a comunidade para fazer um trabalho em prol da urbanização urbana”, relatou.
Entre as ações da experiência, apresentadas pela bióloga, e que aproximou a universidade com a sociedade, destaque para o projeto de arborização urbana e inclusão social, onde foi feito todo um trabalho voltado para a acessibilidade. Também foi feito um inventário arbóreo, popularizando as informações científicas. Entre as pessoas que participaram do evento, estavam o diretor adjunto do Jardim Botânico, Helimarcos Nunes Pereira; o pró-reitor de Cultura, professor José Cristovão Andrade; e o presidente da Câmara Municipal de Campina Grande, vereador Marinaldo Cardoso.
O verde urbano é formado por todo patrimônio florístico inserido no limite das cidades, sendo composto por suas unidades de conservação urbanas, praças, parques, canteiros centrais, jardins e pelos quintais públicos e privados existentes nos lotes que formam os centros urbanos.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos e Luan Gomes