Desde o início da pandemia e a migração das atividades para a modalidade remota, têm surgido na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) diversas iniciativas voltadas para a saúde mental. Dentre as iniciativas, há o projeto da disciplina de Estágio Suprvisionado do curso de Psicologia da Instituição, coordenado pelo professor Luann Glauber, que junto aos alunos do 9º período desenvolveram um grupo de apoio voltado a atender a comunidade acadêmica da UEPB.
A intenção do projeto é suprir a demanda crescente da procura pelos serviços voltados à saúde mental. Segundo o professor Luann, o grupo percebeu que a demanda aumentou e que apesar da metodologia da terapia individual ser mais eficaz, ela não consegue atender a totalidade de pessoas que procuram o atendimento. “A ideia do grupo de apoio permite abranger um número maior de participantes e assim ajudar as pessoas que buscam apoio enquanto elas não têm possibilidade de serem atendidas pela metodologia de psicoterapia individual”, avalia.
A metodologia consiste em trabalhar as estratégias comportamentais e cognitivas, visando uma melhora na qualidade de vida das pessoas atendidas por meio da reestruturação cognitiva. O professor explica que é uma modificação na forma de pensar, que pode resultar em uma forma de pensamento e comportamento funcional que consequentemente impacta na melhora da perspectiva das emoções. “É importante atentar para a diferença entre grupo de apoio e grupo terapêutico. No grupo de apoio é empregado um método terapêutico, mas, sem contar com a obrigatoriedade da continuidade do atendimento. Isso depende da própria iniciativa da pessoa atendida”, explica o professor Luann.
Já é o segundo semestre que o projeto está ativo e atualmente já foram atendidas cerca de 60 pessoas. A equipe atual do projeto é composta por nove alunos que se dividem em três grupos, cada um com um total de 15 pessoas, atuando como facilitadores que coordenam os trabalhos. Os encontros acontecem semanalmente, de forma on-line nas terças, quartas e quintas-feiras e têm duração aproximada entre uma e uma hora e meia em cada encontro.
Todo o trabalho segue os protocolos do Conselho Regional de Psicologia em relação às estratégias de manutenção do sigilo das informações das pessoas que participam do projeto. Os alunos têm seu trabalho supervisionado pelo professor Luann Glauber, que é o psicólogo responsável.
A estudante Larissa Kimberlle, do 9º semestre do curso de Psicologia, Câmpus I, escolheu o projeto para cumprir o seu período de estágio supervisionado. Ela destaca que têm sido uma experiência enriquecedora e muito gratificante, pois além de ter a oportunidade de colocar em prática o que aprendeu ao longo da jornada na graduação, o trabalho é parte de uma iniciativa que impacta a comunidade de forma positiva.
Num cenário de uma possível volta às atividades presenciais, o coordenador e os integrantes do projeto desejam manter a iniciativa, inclusive ampliando para que estejam disponíveis os atendimentos online e presenciais e também a inclusão da modalidade individual de atendimento. As informações e inscrições são divulgadas no início de cada semestre, unicamente pelas redes sociais e perfis ligados à UEPB.
Texto: Fabrínia Batista (Estagiária)
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal