Professora da UEPB integra exposição fotográfica sobre mulheres potiguaras, na Casa da Pólvora, em João Pessoa

28 de fevereiro de 2020

Mulheres comandando as câmeras fotográficas e registrando outras mulheres. Essa é a proposta da exposição Mulheres Potiguaras – Retratos, que será aberta ao público no próximo dia 3 de março, no Centro Cultural Casa da Pólvora, em João Pessoa, a partir das 18h. Nas imagens aparecem gestantes, parteiras e outros membros da comunidade indígena Aldeia Forte, localizada no município de Baía da Traição, no litoral paraibano. A força das 14 fotografias está no impacto visual causado pelas cores e pelas expressões das mulheres registradas, a maioria gestante, carregando a vida no ventre.

A exposição surgiu do convite feito pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), através de Chico Noronha, que estava à frente da administração da Casa da Pólvora, tendo em vista o trabalho fotográfico desenvolvido há 13 anos pela fotógrafa e professora de fotografia do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Agda Aquino. “Fiz essas imagens com a minha colega fotógrafa Valdith Lopes, no final do ano passado, e a proposta caiu como uma luva. Eram mulheres fotografando outras mulheres para expor no mês da mulher. José Hilton, quando assumiu a administração da Casa, abraçou o trabalho e deu continuidade a exposição”, disse Agda Aquino, que concebeu o projeto.

Mulheres Potiguaras – Retratos é fruto de uma imersão respeitosa e comprometida na comunidade potiguara do litoral norte do Estado, composta por imagens essencialmente femininas que representam a força da perpetuação de um povo pela gestação e pelas tradições, passadas de geração em geração. O município de Baía da Traição está entre as dez cidades brasileiras com maior percentual de população autodeclarada indígena, na sexta posição, somando 57,7% de seus habitantes. O território do município é formado por 90% de áreas de demarcação indígena potiguara, terras que possuem um status diferenciado na legislação brasileira, com alto grau de proteção.

“Em tempos como hoje, quando a comunidade indígena está em destaque na nossa sociedade, seja por existir ou por sofrer ataques, aparecer em um espaço nobre como esse de maneira tão bonita é muito importante para nós. Mostrar nossa força e beleza para a comunidade em geral se faz necessário”, explicou Aparecida Potiguara, técnica de enfermagem parceira do projeto.

As fotos podem ser visitadas até o dia 31 de março, no horário das 8h às 12h e das 14h às 17. A entrada é gratuita, aberta para todos os públicos e apropriada para todas as idades. Depois da exposição na Casa da Pólvora, as imagens devem circular em outros espaços de arte do Estado, começando pelo município de Baía da Traição.

Sobre as fotógrafas

Agda Aquino é jornalista e professora de fotografia há 13 anos, com atuação nas principais universidades da Paraíba. Hoje ensina a arte de fotografar na UEPB e na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Como fotógrafa, tem trabalhos voltados principalmente para o fotojornalismo, a fotografia de moda, o retrato, a fotografia de shows além de experimentações fotográficas. Atua também em curadorias, júris de concursos, elaboração de editais e organização de exposições na área de fotografia.

Valdith Lopes é engenheira civil e professora de gestão ambiental no Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Descobriu o amor pela fotografia registrando suas viagens e a partir disso surgiu a vontade de estudar para melhorar o domínio da máquina e o aproveitamento da luz natural. Costuma fotografar a natureza, algumas delas publicadas em capa de livro, como também fotos de off road e astrofotografia.

Fotos: Matheus Andrade, Agda Aquino e Valdith Lopes

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