Trabalho desenvolvido por professora da UEPB incentiva alunos em competências empreendedoras

1 de agosto de 2017

O cotidiano em sala de aula, com seus alunos de Contabilidade do Câmpus I da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, proporcionou à professora Vânia Vilma Nunes Teixeira um olhar diferenciado sobre as possibilidades no mercado de trabalho que os estudantes teriam quando concluíssem a graduação. Através de conversas com as turmas, ela constatou que a maioria depositava todas as expectativas em concursos públicos, esquecendo que empresas, organizações e outras companhias privadas também poderiam oferecer excelentes salários e oportunidades de crescimento profissional.

Com a informação em mente, a professora não apenas provocou os graduandos para que levassem em consideração suas aptidões profissionais, como também escreveu um artigo sobre o assunto, intitulado “Competências Empreendedoras necessárias aos trabalhadores no universo das startups”, no qual discute a formação por competências, apresentando uma proposta de educação empreendedora inter e multidisciplinar, a fim de preparar os futuros profissionais para a inserção no novo mundo do trabalho, aliando a educação superior às experiências e percepções que os tornem aptos às exigências do mercado atual e futuro.

Segundo Vânia Teixeira, para se acompanhar estas mudanças é preciso desenvolver competências pessoais, que vão além das competências técnicas. “Na educação empreendedora tem-se em vista preparar o aluno de toda e qualquer graduação para deixá-lo competente além do diploma. As novas formas de educação precisam de algumas adequações, porque só a teoria, hoje, não prepara mais para o mercado”, frisou a docente.

Ela explica ainda que o aluno precisa ter alguns modelos extras para que realmente se qualifique, a exemplo da capacidade de comunicação, bom relacionamento em redes digitais, ousadia para correr riscos calculados e percepção para aproveitar as oportunidades. Além disso, deve estar atento às características pessoais (natas ou que venham a ser adquiridas gradativamente), o que vai torná-lo apto ao empreendedorismo, sempre analisando os riscos, verificando como lidar com situações de pressão, praticando a perseverança, persistência, determinação e autoconfiança.

“O importante é que, independentemente de qual curso escolha, os profissionais devam ser ‘autogerenciáveis’, desenvolvendo uma visão ampla do mundo, saindo do comodismo e encarando novos desafios”, concluiu a professora. O artigo da professora Vânia, inclusive, foi apresentado durante o “Congresso Internacional Labour 2030 – Rethinking the future of work”, promovido com o apoio da Comunidade Européia, na cidade do Porto, em Portugal, no mês de julho. Ao todo, 23 países estiveram presentes, sendo o Brasil representado por apenas quatro instituições, entre elas a UEPB. Durante o evento foram discutidos temas de interesse mundial acerca do futuro do trabalho no mundo, as preocupações sociais e legais que impactarão a sociedade na próxima década e as decorrências das mudanças tecnológicas, sociais e econômicas.

 

Texto: Giuliana Rodrigues