UEPB entrega kits de estimulação multissensorial para bebês com microcefalia e outras deficiências

9 de agosto de 2017

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A estimulação precoce em crianças com dificuldades psicomotoras é um dos passos principais para o tratamento e evolução das aplicações que possibilitam uma melhor adaptação ao seu meio social. Potencializar as possibilidades físicas, intelectuais e afetivas da criança, promovendo a integração no nível familiar, social e ambiental, favorece para que nos primeiros anos essas crianças ganhem saúde e qualidade de vida. Pensando nisso, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Departamento de Fisioterapia, entregou 40 kits de estimulação multissensorial para mães e pais que levam seus filhos com microcefalia e outras deficiências para acompanhamento na Clínica Escola da Instituição.

A entrega aconteceu na manhã desta quarta-feira (9), no Auditório do Curso de Fisioterapia, e contou também com uma demonstração de como os familiares devem proceder para realizar as terapias de estimulação com as crianças em casa. Fazem parte do kit multissensorial 25 objetos próprios para o estímulo motor, visual, auditivo, de linguagem, de tato e inteligência do bebê. Também foi entregue uma calça de posicionamento que ajudará nas atividades fisioterápicas feitas em casa.

“Desenvolvemos quatro etapas ao longo da campanha ‘Estimulação e Desenvolvimento’, que foi iniciada com a confecção e agora entrega dos kits, também com a distribuição das calças de posicionamento, apresentação de outro kit que será entregue posteriormente e finalizando com o protocolo de acompanhamento que será feito com todas as crianças. Nosso papel é colocar em prática atividades que apresentem resultados para a sociedade. Com esse trabalho de estimulação precoce, acreditamos que essas crianças vão evoluir ainda mais, uma vez que as mães e pais vão complementar em casa o tratamento que é feito aqui na Clínica de Fisioterapia da UEPB”, frisou a professora Eliane Nóbrega, coordenadora do projeto de extensão “Microcefalia em bebês de risco” e do projeto de pesquisa em microcefalia.

Inspirado a partir da iniciativa do Unicef e da Fundação Altino Ventura, que distribuíram para famílias de crianças nessa situação de todo o Brasil objetos que podem ser usados na parte domiciliar do tratamento, um casal doou todo o material para que a partir da parceria com os projetos de extensão e pesquisa a confecção dos kits acontecesse. A professora Eliane destacou essa iniciativa e confirmou que as 40 crianças que são acompanhadas dentro das ações da Clínica demonstram cada vez mais evolução a medida que são desenvolvidas atividades desse tipo. “Não só esses pais que doaram o material, mas várias famílias se engajaram nessa campanha e o resultado foi muito positivo”, acrescentou a professora.

Mãe de um garoto de quatro meses diagnosticado com microcefalia, Lorena Oliveira, moradora do bairro do Rocha Cavalcante, em Campina Grande, não escondeu a satisfação em poder contribuir ainda mais para a melhora da saúde do filho. Segundo ela, com a orientação, e agora possuindo vários objetos que serão usados para desenvolver atividades de estimulação, a projeção que ela faz é de cada dia mais evolução. “Já consegui sentir uma melhora muito grande em apenas duas semanas de tratamento aqui na Clínica. Agora, com todos esses objetos em casa, eu quero que a saúde dele melhore ainda mais e que ele possa evoluir para ter uma qualidade de vida maior”, afirmou a mamãe.

Estudantes extensionistas demonstram como utilizar o kit multissensorial

Além de acompanhar todas as fases do atendimento na Clínica Escola dessas 40 crianças, as estudantes que fazem parte tanto do projeto de extensão “Microcefalia em bebês de risco” como do projeto de pesquisa em microcefalia desenvolveram uma aula demonstrativa de como os pais devem proceder para realizar as atividades práticas em casa. Julyana Fidélis, aluna do 8º período de Fisioterapia, destacou a necessidade dos bebês e crianças estarem em um lugar limpo, calmo e propício para que as interações com os objetos sejam feitas da melhor forma possível. Ela ainda apontou o enriquecimento acadêmico que a participação nesses projetos oferece ao longo da graduação, além da satisfação em ver que seu trabalho está dando resultado em ajudar não só bebês com microcefalia e outras deficiências, mas também suas famílias.

“A estimulação precoce é enriquecedora em vários aspectos. Não só para nós que estamos aprendendo na graduação como nos tornarmos melhores profissionais, mas principalmente como essas crianças podem ganhar em qualidade de vida. Poder ajudar alguém dessa forma é muito gratificante, porque aliamos conhecimento com a ligação afetiva que criamos com todos. O trabalho em casa é tão importante quanto o que é feito aqui na Clínica e essa demonstração que damos serve para orientá-los de como eles devem fazer em casa a estimulação”, explicou a estudante.

Também fazem parte dos projetos como extensionistas as alunas Janiele dos Santos, Larissa Duate, Mariana Cavalcante e Suyane Medeiros. Participaram da entrega dos kits a coordenadora da Clínica de Fisioterapia da UEPB, professora Maria de Lourdes Fernandes, vários professores do Departamento, além de representantes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e da Secretaria de Saúde de Campina Grande.

 

Texto e fotos: Givaldo Cavalcanti